Boletim CISB nº 11    |    Edição Especial 5º Open Innovation Seminar    |    Dezembro 2012

DUAS VISÕES

No segundo ano de atividade, como você avalia o papel do Cisb na relação Brasil-Suécia?


Magnus Robach, embaixador da Suécia no Brasil

"A história Brasil-Suécia vem de longa data. Consideramos importantíssimo continuar essa história, compartilhando conhecimento e avançando juntos. O mundo mudou, a dependência é mútua, a inovação tem que ser aberta, tanto em cada projeto quanto como uma política geral. É preciso aprender como trabalhar juntos - empresas, universidades e agências públicas. E é esse o maior papel do Cisb: trabalhar para essa convergência."

 

 

 

 


Carmen Ribeiro Moura, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCTI

"Em termos de cooperação internacional, o Brasil avançou muito e hoje podemos cooperar com muitos países em condição de igualdade, com maior equilíbrio do que há 20 anos. Com relação à Suécia, o nosso intercâmbio comercial é deficitário para o Brasil. Nós temos U$ 1,6 bilhão de déficit e, desde 2007, nossas exportações caíram. Então nossa atividade de inovação deveria ser muito bem aproveitada para tentar alterar esse quadro. A Suécia é um país com grande taxa de industrialização e inovação e a própria abertura do Cisb é um evento altamente positivo para intensificarmos nossa atividade de cooperação."

 

 

 

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ENCONTRO ANUAL

Cisb lança duas arenas de inovação aberta e premia estudantes em seu segundo encontro anual

Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-brasileiro recebeu autoridades em seu evento anual, no 5º Open Innovation Seminar

Instrumento de convergência e cooperação. Foram essas as palavras usadas pelo embaixador da Suécia no Brasil, Magnus Robach, e pela Embaixadora Carmen Ribeiro Moura, chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, para descrever o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-brasileiro (Cisb) em seu segundo ano de atividade. Os dois participaram do segundo encontro anual do Cisb, realizado em novembro no âmbito do 5º Open Innovation Seminar, em São Paulo.

Durante o evento, foram apresentados os resultados da atuação do Cisb na promoção da inovação tecnológica com parceria entre o Brasil e a Suécia, além do lançamento de mais duas arenas de inovação aberta e a premiação de estudantes ganhadores do Student Competition, que receberam bolsas para estudar no país europeu. Na ocasião, também estiveram presentes o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Julio Semeghini, o vice-presidente de Tecnologia da Saab AB e presidente do Conselho do Cisb, Pontus de Laval e o diretor-presidente do Cisb, Bruno Rondani.

“Neste segundo encontro anual, foi possível perceber que a Suécia tem muito a contribuir com o Brasil em questões-chaves para o século XXI como a importância da inovação para o crescimento sustentável. As autoridades  presentes confirmaram o interesse do governo em firmar parcerias para o desenvolvimento de projetos junto ao  Cisb e seus membros”, avalia Rondani.

Como forma de promover o acordo assinado entre Brasil e Suécia no âmbito do programa “Ciência sem Fronteiras”, o Cisb, em parceria com a Embaixada da Suécia e as empresas Saab AB e Stora Enso, organizou uma competição online entre estudantes de graduação cuja premiação foram duas bolsas de estudo com direito a estágio na Suécia. Para a Chalmers University of Technology, o estudante de engenharia André Passanesi, da Universidade de São Paulo, foi o ganhador. Já Rafaela Flack, da Universidade Federal do Paraná, ganhou a bolsa de estudos para a Linköping University. “Mais de 20 mil estudantes de engenharia no Brasil visitaram a página da competição na internet, mais de mil realmente participaram da competição e encontramos talentos extraordinários em meio a eles. A excelência na contribuição foi o critério de escolha e a experiência foi tão compensadora que esperamos, de um jeito ou de outro, prosseguir com essa experiência nos anos que virão”, afirma o embaixador da Suécia no Brasil, Magnus Robach.

Além da premiação dos estudantes, o Cisb inaugurou duas arenas de inovação aberta: Cidades atrativas, inteligentes e sustentáveis e Ecologia industrial. Durante as arenas, que contaram com a participação de representantes de diversas empresas, universidade e centros de pesquisa e do governo, foram geradas discussões importantes para o desenvolvimento dessas iniciativas no país.

“O encontro anual do Cisb tem como objetivo aproximar ainda mais os atores da sociedade para lidar com grandes desafios nas áreas de Energia Sustentável, Defesa e Segurança, Transporte e Logística e Desenvolvimento Urbano. O evento realizado esse ano gerou grandes frutos e oportunidades de potenciais projetos  que visam solucionar  problemas complexos que enfrentamos hoje”, afirma Bruno Rondani.

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ARENAS

Arena do CISB discute Ecologia Industrial no OIS

Representantes de instituições suecas e brasileiras debateram as vantagens econômicas e ambientais do modelo de interação entre empresas

Borås, uma tradicional cidade no oeste da Suécia com mais de 60 mil habitantes, conseguiu reduzir para zero a quantidade de aterros sanitários ao modificar a forma de tratar todos os resíduos produzidos no município. Lá, 27% do lixo é reciclado, 30% passa por tratamentos biológicos e 43% é incinerado. O caso foi um dos demonstrados na Arena Ecologia Industrial por Hans Björk, representante da Universidade de Borås. Bjork explica que a iniciativa começou há 20 anos e que só foi para frente com o apoio do governo, da população e das indústrias locais: “Vemos avanços na maneira como o Brasil lida com os resíduos, mas as melhorias estão concentradas nas grandes cidades. É preciso acreditar que iniciativas inovadoras também podem dar certo em cidades menores”.

Ao contrário do que muitos pensam, a sustentabilidade ambiental pode ir além da responsabilidade organizacional e ser um caminho de ganhos para as empresas, aumentando a competitividade e reduzindo custos. As melhorias são possíveis através do aumento da eficiência em processos internos e também do relacionamento entre as indústrias. A ideia é gerar novos produtos a partir de resíduos industriais ou, para resolver desafios ambientais, criar novos negócios. Essa nova postura é classificada como ecologia industrial. “As empresas sempre têm de ganhar dinheiro e a ecologia industrial pode ser um caminho, com fontes de energia mais baratas e novos mercados consumidores: o biogás gerado por uma empresa como resíduo, por exemplo, pode ser vendido para outros mercados. É só uma questão de tempo para ter o retorno dos investimentos”, segundo Bjork.

Cases brasileiros apresentados na arena ilustraram como esse processo tem o potencial de trazer inúmeras vantagens competitivas para a indústria nacional, além de benefícios significativos ao meio ambiente. Para discutir métodos mais limpos de produção e ações de pesquisa e desenvolvimento para colaborar com a preservação do meio ambiente, estiveram presentes representantes da Braskem, da Scania, da Natura, da Verti, da Tetra Pak e da Petrobras.

Apostando na integração de diferentes atores, de maneira cooperativa e organizada, a Braskem, empresa de produção de resinas termoplásticas e de biopolímeros, criou o PMSI, Programa Mineiro de Simbiose Industrial, em parceria com a Fiemg. O programa de interações lucrativas entre as empresas de todos os setores industriais já se estendeu para outros estados. Internamente, a empresa mantém uma ferramenta para avaliar oportunidades de simbiose industrial desde 2005. “O desafio é fazer com que as empresas se interessem em participar da rede”, afirma Beatriz Luz, da área de Desenvolvimento Sustentável - Análise de Ciclo de Vida da Braskem. Segundo ela, é preciso demonstrar o benefício econômico e transformar problemas em oportunidades de novos negócios. “Temos que deixar a economia linear e assumir uma visão de economia circular, em que tudo é aproveitado, reprocessado, para gerar novos negócios, evitar desperdícios e diminuir emissões. Para isso, é preciso que o governo deixe de apenas regulamentar e passe a educar a academia, a indústria e os órgãos ambientais”, diz.

Na Bioeconomia, Claes Tullin, do SP Technical Research Institute of Sweden, levanta a importância da ação individual. “Os consumidores também afetam a cadeia de emissão de gases e produção de resíduos. Na indústria da comida, por exemplo, é possível diminuir a emissão de gases do efeito estufa com a redução no consumo de carne bovina. Por que não comer mais frango e vegetais e não desperdiçar alimentos?”, provoca. Tullin ainda questiona os subsídios governamentais a fontes de energia não renováveis. “Os políticos precisam pensar em mais políticas de longo prazo, especialmente na área de energia. Há muitas discussões agora sobre desenvolvimento sustentável e crescimento econômico. Os cientistas largaram na frente, os governos ainda têm muito que aprender”.

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Especialistas defendem que cidades do futuro devem ser mais criativas e dinâmicas

A Arena Cidades Atrativas, sustentáveis e inteligentes focou o desafio dos centros urbanos como alvo da inovação para empresas e governos

Quem ainda acredita que desatar o nó que hoje representa o enorme desafio urbano é responsabilidade apenas dos governos pode começar a rever seus conceitos. Diversas empresas têm assumido papel ativo para o enfrentamento dessa realidade. E não apenas por uma questão de responsabilidade corporativa. Elas enxergam no desenvolvimento das cidades oportunidades de negócios que fazem parte de um projeto de médio e longo prazos. Saab, Siemens, IBM e Volvo estão nessa categoria e participaram da Arena Cidades Atrativas, Sustentáveis e Inteligentes, promovida pelo Cisb durante o 5º Open Innovation Seminar.

O porta-voz da Siemens, Wikings Marcelo Messias, explica que, além de investir diretamente em tecnologia com cerca de 4 milhões de euros destinados às atividades de pesquisa e desenvolvimento anualmente, nos últimos anos a empresa entendeu que precisa oferecer para a sociedade soluções que vão ao encontro do conceito de cidades mais competitivas, atraentes e que gerem riqueza, conforto e qualidade de vida. “Começamos a estudar diversas áreas da sociedade, como urbanização, mudança demográfica, mudança climática e globalização. Dessas visões macro, extraímos eixos de investimento, como energia, saúde e infraestrutura de cidades”, afirma. Um exemplo prático de como a visão ampla da cidade se transformou em produto é o BRT - Bus Rapid Transport -, desenvolvido como alternativa mais barata e acessível do que o transporte sobre trilhos.

A Volvo também encontrou soluções para melhorar a qualidade do transporte público a partir da observação da dinâmica urbana de São Paulo. A SP Trans - empresa de trânsito de São Paulo - utiliza atualmente um sistema de coordenação de semáforos, cujo aumento de eficiência avaliado na fluidez do transito é de 7,5%. Segundo Basso, a Volvo apresentou uma proposta para expandir esse sistema, coordenando os dados dos sensores instalados nos faróis com informações via satélite para criar uma rede de comunicação inteligente que evite que os ônibus percam tempo parados no sinal vermelho.

O sistema inteligente foi desenvolvido em Gotemburgo, na Suécia, onde, segundo ele, houve ganho de 20% em relação ao tempo gasto nos faróis e consequente economia de combustível e redução da emissão de gases do efeito estufa. “A partir da integração dos semáforos, o sistema calcula no momento em que o ônibus para no ponto se irá ou não pegar os próximos sinais fechados. Caso a previsão seja de parar adiante, o motorista é orientado a esperar um pouco, permitindo que mais passageiros embarquem naquela estação e evitando paradas desnecessárias ao longo do trajeto”, explica.

O professor de Urbanismo da Universidade Mackenzie, Carlos Leite, acredita que o fato de as empresas enxergarem oportunidades no enfrentamento dos desafios urbanos é um passo importante. Segundo ele, o papel do governo é principalmente criar condições para que as pessoas possam interagir de forma criativa e inovadora, pois, afirma, as iniciativas tomadas de forma independente nesse ambiente surgem de forma natural e tendem a ser mais duradouras e efetivas. “Existem diversos exemplos atuais que podem ser potencializados com incentivos, como o caso da favela de Heliópolis, em que dois médicos renomados da USP abriram uma clínica cujo modelo de negócios combina inclusão e lucratividade. Eles oferecem tratamento de qualidade por preços extremamente baixos (semelhantes ao que receberiam de convênios)”, conta.

Para Sérgio Borger, diretor de Estratégia e Operações do Laboratório de Pesquisas da IBM Brasil, o país vive um momento positivo economicamente e possui uma sociedade talentosa, mas há vieses que merecem atenção no que diz respeito ao desenvolvimento desse ecossistema criativo. Como exemplo, cita o fato de que cerca de 25% da população brasileira declara possuir algum tipo de deficiência, enquanto a média mundial é de 6%. “Esses dados nos fazem perguntar: por que o brasileiro não se sente capaz? Existem de fato habilidades e que são técnicas, mas a capacidade está ligada à forma como o indivíduo se vê”, afirma. Segundo ele, voltar o olhar da empresa para esse tipo de reflexão é importante porque “o país cresce se as cidades estão organizadas e funcionam em prol da criatividade e inovação; se o país cresce, a empresa cresce junto”.

Hoje mais da metade da população mundial vive em cidades e espera-se que em 2050 esse número esteja em mais de 90%. A melhora da qualidade do ambiente urbano tornou-se um dos principais objetivos por parte dos decisores políticos, mas também motivo de atenção de empresas e universidades. Nesse quesito, as experiências suecas podem ser observadas. Um exemplo é a iniciativa do Lindhokmen Sciece Park, que criou uma a Visual Arena, com um ambiente de visualização de classe mundial para a interação dos setores acadêmico, empresarial e governamental no entendimento de questões urbanas e seu enfrentamento. Outro case apresentado foi o da Lund University, que busca compreender as dependências urbanas em relação a segurança e sustentabilidade. A Arena teve também a participação do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) apresentando a “Plataforma Cidades Emergentes e Sustentáveis” que objetiva apoiar cidades emergentes da América Latina e Caribe a enfrentar seus desafios de sustentabilidade.

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INTERCÂMBIO

Cisb abre segunda chamada para Ciência sem Fronteiras

O Cisb, Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro, abre em dezembro a segunda chamada para 20 bolsas de estudo na Suécia, sendo cinco de doutorado sanduíche e 15 de pós-doutorado, no âmbito do programa Ciência sem Fronteiras. A ação é uma continuação da oferta de 100 bolsas da Saab para o governo brasileiro, que teve sua primeira chamada em março deste ano.

Nesta rodada, uma das novidades é a inclusão de duas novas áreas de interesse da Saab: Energia e Meio Ambiente e Cidades Atrativas e Sustentáveis. Em Energia e Meio Ambiente, incluem-se estudos climáticos aplicados ao uso de energia e energias renováveis. Já Cidades atrativas e sustentáveis se subdivide em planejamento urbanístico, edificações sustentáveis, sistemas de monitoramento e geração distribuída / smart grids lançada.

Os interessados devem utilizar a plataforma colaborativa do programa, um ambiente virtual para a interação de pesquisadores, professores e funcionários da Saab, disponível no site: http://swbcisb.induct.no.

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ARTIGO

Cisb confirma potencial de modelo empreendedor para gestão da inovação

Bruno Rondani, diretor presidente do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-brasileiro

Depois de 18 meses de operação do Cisb, projeto que congregou esforços da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Vinnova juntamente com a iniciativa de corporações e empreendedores interessados na parceria entre Brasil e Suécia, os dois países já podem se orgulhar de possuírem um espectro amplo de atuação em projetos de inovação via cooperação internacional. Nesse um ano e meio, o Cisb construiu um portfólio com 47 projetos, sendo que 14 já estão em andamento com financiamento público (Brasil e Suécia) e privado. Ao todo, o orçamento aprovado para as fases preliminares desses projetos é de R$ 19,2 milhões. Desses recursos, R$ 8,5 milhões são oriundos de investimentos da indústria sueca, R$ 2,1 milhões da indústria brasileira, R$ 6 milhões do governo brasileiro e R$ 2,6 milhões do governo sueco.

O fato mais interessante sobre esses resultados vai além dos números. Eles evidenciam uma metodologia de trabalho que vem se provando eficiente. O desafio era colocar em prática alguns projetos que já eram ambicionados. Essa missão tem sido guiada segundo a lógica da efetuação: são diversos os entraves para que projetos bilaterais avancem, esbarrando em questões burocráticas, de financiamento e de alinhamento de interesses, mas, quando se tem espírito empreendedor e disciplina, encontram-se caminhos.

Em vez de focar nos processos tradicionais de transferência de tecnologia, o trabalho do centro tem focado em um modelo de compartilhamento de conhecimento e cocriação. A Suécia não se vê – nem é encarada pelo Brasil – como o país que vem apenas vender tecnologia ou conhecimento. O foco da cooperação é aliar o que cada país tem de mais forte e suas complementariedades. Por isso, os projetos têm buscado avançar em áreas nas quais ou Suécia ou Brasil são referências e têm interesses comuns, como defesa e segurança, transporte e logística, energia sustentável e desenvolvimento urbano.

Os recursos já captados se destinam a cinco programas estruturantes: Ciência sem Fronteiras; Cluster Microgrid; Demonstrador Collabora; Polynol e Arena de Transporte e Segurança. Todos esses projetos contam com o apoio dos governos de ambos os países e com a participação de grandes empresas que abraçaram as iniciativas, o que demonstra a dimensão de um período curto, mas intenso, de trabalho.

No caso do Ciência sem Fronteiras, por exemplo, desde setembro já foram selecionado ao todo nove pesquisadores de alto nível para à Suécia em áreas estratégicas e novas chamadas serão lançadas (uma delas será destinada exclusivamente às Forças Armadas). Além disso, o Cisb articula com empresas brasileiras que aderiram ao programa por conta própria para enviarem parte de seus candidatos a Suécia. O Cisb visa expandir o potencial do programa conectando os pesquidores brasileiros não somente a organizações acadêmicas, mas também a projetos de inovação em parceria com a indústria local.

O projeto Microgrid foi aprovado em editais regulados pela agência brasileira de energia Aneel e da agência de inovação sueca Vinnova com vistas à consolidação de uma rede internacional de referência intitulada Sustainable Urban Smart Grids. No caso do Collabora, o Brasil segue a iniciativa de sucesso sueca na criação de um demonstrador e ambiente de visualização para desenvolvimento e integração de soluções para defesa e segurança civil, envolvendo 17 parceiros de diversos estados brasileiros, Suécia e África do Sul. O Polynol visa a facilitar a produção em larga escala de etanol celulósico e outros produtos quimicos intermediários de alto valor agregado a partir da colaboração entre a indústria de papel e celulose e cana de açúcar, bem como entre os produtores e usuários da cadeia de valor. Por fim, a Arena de Transporte e Segurança representa a formalização da parceria firmada com o Lindholmen Science Park em novembro de 2011 para estender a parceiros brasileiros os programas denominados "arenas" existentes na Suécia.

As dimensões do trabalho bilateral podem ser encaradas também pelo tamanho e qualidade da rede de parcerias. Está cada vez mais claro que a criação e estruturação de uma rede ativa demanda a liderança de uma organização intermediária com visão orientada a desafios, conhecimento de gestão da inovação e capacidade de articular e engajar atores. Atualmente, o Centro conta com 11 membros mantenedores, sendo cinco empresas, três institutos de pesquisa e três universidades, além de parceria em projetos com 70 outras entidades brasileiras e suecas e uma rede cujo cadastro ativo é de 3.200 pessoas.

Os resultados dos primeiros 18 meses de operação do Cisb confirmam o potencial e interesse da cooperação Brasil-Suécia para a inovação, entretanto, o caminho ainda é longo e desafiador. A principal lição aprendida até aqui é que o comprometimento de recursos por parte dos parceiros e o espírito empreendedor disciplinado pelas boas práticas da gestão da inovação é o que fazem a diferença para um projeto avançar ou estagnar.

É possível - e desejável - que em um futuro próximo as redes e arenas já bem estabelecidas independam da intermediação ativa do Cisb para seguirem atuando e expandindo suas atividades. Mas, enquanto são recentes e dependem de uma liderança, é preciso que se continue atuando na articulação efetiva da hélice tríplice - governos, empresas e universidades - com foco em desafios bem estabelecidos, prazos e metas de cooperação.

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NOTÍCIA BRASIL

Raupp e ministra sueca discutem expansão da parceria em inovação

Brasil e Suécia planejam fortalecer seus laços em inovação. O presente e o futuro da parceria bilateral balizaram as discussões entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e a ministra sueca da Defesa, Karin Enströ durante reunião no ministério.

Na oportunidade, Raupp ressaltou a força da indústria do país nórdico, assim como as possibilidades de trabalho conjunto. “Vemos que temos avenidas abertas pela frente”, apontou. Para o ministro, “os primeiros passos foram importantes, mas não vejo nenhuma dificuldade para fortalecer nossos esforços. Inovação é o nosso desafio do momento”, assinalou.

Pela primeira vez no Brasil, Karin informou que o foco da missão sueca - que contou com representantes do governo e da indústria - é discutir maneiras de expandir a parceria. “Historicamente, temos um longo caminho de cooperação em tecnologia e inovação. Para que nos tornemos competitivos, vamos trabalhar juntos”, acrescentou.

Inaugurado em 2011, em São Bernardo do Campo (SP), o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (Cisb) busca identificar, desenvolver e apoiar projetos de alta tecnologia. “É um bom ponto de partida e uma oportunidade para trabalharmos juntos em campos específicos, como telecomunicações, área espacial e defesa”, avaliou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec/MCTI), Álvaro Prata.

Segundo o secretário - que esteve na Suécia em agosto deste ano, junto com o vice-presidente, Michel Temer - a cooperação é estratégica do ponto de vista de inovação e indústria. “São apenas 9 milhões de habitantes, mas eles fazem um trabalho gigantesco relacionado à tecnologia, com muitas companhias competitivas pelo mundo afora”, afirmou Prata. “Lá, governo, indústria e sociedade trabalham juntos pela inovação. É uma grande oportunidade para nós”, completou.

Intercâmbio de estudantes

Logo na abertura da reunião, Raupp pediu ajuda para melhorar a participação sueca no programa Ciência sem Fronteiras (CsF). Até o momento, 54 bolsas foram concedidas, das quais 40 já estão sendo utilizadas por alunos brasileiros no país. “Por favor, participem”, solicitou o ministro. “Quando os estudantes voltarem ao Brasil, a preferência do governo é que eles trabalhem na indústria e não no próprio governo.”

O embaixador da Suécia no Brasil, Magnus Robach, mencionou a última chamada pública da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) para o programa, lançada nesta terça-feira (20), em colaboração com o Escritório do Programa Internacional de Educação e Formação (IPO, na sigla em inglês). As inscrições poderão ser feitas pelo portal do CsF até 14 de janeiro.

Em março deste ano, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq/MCTI) e o Cisb já haviam assinado acordo que concede 100 bolsas para doutorado, pós-doutorado e pesquisador sênior no âmbito do programa. A empresa sueca de segurança e defesa Saab colabora com a iniciativa.

Desta reunião, participaram o presidente do Conselho Administrativo da Saab, Marcus Wallenberg, e o principal executivo da empresa, Håkan Buskhe. Também presente, a chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCTI, embaixadora Carmen Moura, recordou as discussões do 5º Open Innovation Seminar - evento correalizado pelo Cisb, na última semana (12 a 14), em São Paulo.

Fonte: http://www.mcti.gov.br/index.php/content/view/344062.html

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NOTÍCIA SUÉCIA

Comunicado Conjunto Brasil-Suécia / Estocolmo

Por ocasião do encontro entre o Ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, e o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Suécia, Carl Bildt, e o Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antônio de Aguiar Patriota, se encontraram em Estocolmo em agosto. Os Chanceleres saudaram a intensificação dos laços bilaterais e mapearam as áreas principais de cooperação. Os dois lados comprometeram-se a desenvolver relacionamento fortalecido sobre temas de política externa.

Ciência, tecnologia, inovação e educação

Brasil e Suécia salientaram o aprofundamento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação com base no acordo de Cooperação de Indústrias de Alta Tecnologia Inovadoras, assinado em 2009. Saudaram a cooperação produtiva entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Sueca de Inovação (VINNOVA). Ressaltaram a importância do Centro Brasileiro-Sueco para Pesquisa e Inovação (CISB), inaugurado em 2011, com sede em São Bernardo do Campo, e do Parque Tecnológico de Lindholmen, em Gothenburg, como canais criativos de colaboração.

Os dois lados reconheceram a ambição e a visão do programa “Ciência sem Fronteiras”. O Governo da Suécia expressou seu firme compromisso de participar desse programa de mobilidade acadêmica de forma a acolher número significativo de estudantes e pesquisadores brasileiros em instituições de ensino avançado e de pesquisa na Suécia, como expresso na Carta de Intenções assinada durante a visita do Vice-Presidente Michel Temer à Suécia, em agosto de 2012.

Energias renováveis

Reconhecendo o importante papel dos biocombustíveis na promoção do desenvolvimento sustentável, uma vez que conjugam benefícios ambientais, sociais e econômicos, Brasil e Suécia sublinharam o papel da cooperação bilateral na área de energias renováveis no âmbito do Memorando de Entendimento sobre Cooperação na Área de Bioenergia, incluindo Biocombustíveis, de 2007.

Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

Os Ministros celebraram o progresso alcançado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada no Rio de Janeiro, em junho de 2012, e destacaram a importância dos resultados da Conferência, entre os quais o lançamento do processo para o estabelecimento de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a criação de Foro Político de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável. Reafirmaram, nesse sentido, a contribuição da Rio+20 para o fortalecimento do multilateralismo e a relevância de seus resultados como base conceitual e política para um novo plano de ação para o desenvolvimento sustentável no século XXI. O Ministro Patriota expressou ao Ministro Bildt a satisfação do Governo brasileiro pela participação de alto nível da Suécia na Conferência.

Brasil e Suécia ressaltaram o grande potencial da cooperação bilateral em meio ambiente e desenvolvimento sustentável e saudaram a assinatura de Carta de Intenções sobre a Cooperação em Proteção Ambiental durante a Rio+2.

Cooperação em Defesa

Brasil e Suécia expressaram sua intenção de aumentar a cooperação na área da defesa e aprofundar a parceria entre os dois países. Tecnologia avançada, inovação e desenvolvimento industrial são aspectos importantes dessa cooperação. Os Ministros saudaram o aprofundamento da cooperação acordada no âmbito do atual Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Temas Relacionados à Defesa.

Fonte: http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa/comunicado-conjunto-por-ocasiao-do-encontro-entre-o-senhor-ministro-das-relacoes-exteriores-e-o-ministro-dos-negocios-estrangeiros-da-suecia-carl-bildt

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CLIPPING

» Raupp e ministra sueca discutem expansão da parceria em inovação (Interclip)
» The University of Skövde continues to welcome international researchers, this time from Brazil (My News Desk)

» Estudar na Suécia (Jornal DCI, Coluna Plano de Voo)

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