Boletim CISB nº 22 - Março de 2016
Helen Dannetun quer ver a cooperação com o Brasil crescer e se desenvolver

Ela estava lá quando o CISB começou; no próximo mês de maio, ela visitará o Brasil e as universidades brasileiras juntamente com uma grande delegação vinda da Suécia. Helen Dannetun é vice-reitora da Linköping University – uma das maiores na Suécia – e vê com contentamento uma maior cooperação em uma ampla gama de áreas, como visualização, novos materiais, educação, gestão de energia e recursos sustentáveis, inteligência artificial, sistemas autônomos e inovação.

 “Lembro-me muito bem das discussões que tivemos no inverno de 2011 que levaram à criação do CISB em maio”, conta a professora Dannetun. Os assuntos em pauta na discussão abordaram também os desafios logísticos e de segurança que o Brasil enfrentou como país organizador da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, assim como o controle sobre a devastação das florestas tropicais brasileiras, que são importantes para o clima global, e que poderia ser obtido com o auxílio de vigilância aérea.

“Estes foram apenas alguns dos problemas discutidos; educação e inovação foram outros assuntos em pauta, e muitas expectativas foram colocadas na cooperação entre o Brasil e a Suécia. Eu estou realmente ansiosa para voltar e descobrir o que aconteceu, e como essa cooperação pode ser desenvolvida ainda mais”, diz a professora.

Como vice-reitora de uma das universidades líderes da Suécia, a professora Dannetun tem dificuldade de incluir viagens mais longas em seu programa, mas viajar para o Brasil se tornou algo importante quando a questão surgiu.

“Lentamente, mas com segurança, nós desenvolvemos uma cooperação estratégica com o Brasil e hoje contamos com o Memorando de Entendimento firmado com seis universidades brasileiras. Pessoalmente, eu já visitei diversas universidades e durante a nossa viagem nós esperamos assinar acordos com duas outras universidades brasileiras.”

Para a professora Dannetun, é importante que os acordos tenham real importância para que não sejam apenas papéis dentro de uma pasta.

“Deve haver uma clara ambição para a cooperação, e nós temos colaboradores capacitados em ambos os lados que, com certeza, assegurarão isso. É também um conforto saber que os alunos que nós mandamos para programas de intercâmbio com universidades parceiras receberão educação de alto nível”, comenta a professora.

Importantes áreas nas quais a cooperação entre as universidades brasileiras e a LiU poderão crescer ainda mais são, por exemplo, aeronáutica, automação, energia sustentável e desenvolvimento urbano sustentável, além de segurança, educação e inovação.

“A Linköping University possui uma longa tradição de colaboração com a comunidade em seu entorno, municípios e organizações, além de empresas de grande e pequeno porte. Nós podemos contribuir com nossa experiência, mas também temos a consciência de que trabalhamos em um contexto sueco. Do lado da LiU, nós precisamos adquirir melhor conhecimento de como se opera uma cooperação de longo prazo no Brasil, e quais expectativas podemos ter mutuamente para que a colaboração funcione e progrida no longo prazo.”

A Linköping University possui uma ampla cooperação com o Brasil. Trata-se de alunos em programas de intercâmbio, alunos brasileiros que buscam mestrado, que desenvolvem projetos de graduação, intercâmbio para doutorado e também de professores. O professor Alex Enrich Prast, da Universidade do Rio de Janeiro, tem uma colaboração extensiva em pesquisa sobre meio ambiente na LiU e já dedicou boa parte de seu tempo à Universidade.

Graças à proximidade com a corporação e as transações comerciais de defesa da Saab e dos aviões de caça Gripen para o Brasil, a aeronáutica é uma grande e importante área de cooperação. Linköping é a capital da aviação da Suécia; em três anos 300 famílias brasileiras residirão em Linköping para fins educacionais e troca de informações como parte do acordo.

“A Saab está em Linköping antes de nos tornarmos uma universidade, e temos mantido um trabalho de parceria bastante próximo ao longo de todos esses anos. Muitos dos engenheiros que trabalham na Saab estudaram na Linköping University; contamos com alunos cursando doutorado em área industrial e temos também palestrantes e professores visitantes”, relata a professora Dannetun.

Petter Krus, professor de sistemas de Fluidos e Mecatrônica da LiU, assumiu recentemente o cargo de professor catedrático no qual ele passará 12 meses no Brasil em um período de três anos. O programa é financiado pela Vinnova, a autoridade de inovação sueca; Saab, a fabricante de aviões; Innovair, um programa de inovação nacional da Suécia em aviação; e o CISB. O objetivo é permitir que o professor Krus amplie seu trabalho de pesquisa no setor de aviação, bem como inspire e troque experiência com os colegas brasileiros em áreas como energia sustentável, segurança e gerenciamento de crises, transporte e logística, e desenvolvimento urbano sustentável.

A professora Dannetun considera a cooperação com o Brasil – e com universidades de outros países – de suma importância para que a Linköping University consiga manter um alto grau de qualidade em pesquisa e educação.

“A perspectiva internacional é importante para uma instituição de ensino superior; nós precisamos romper com o modo de pensar atual e trocar ideias uns com os outros. Os nossos alunos ampliarão sua visão e poderão adquirir experiência importante para a vida, e o intercâmbio contribuirá, portanto, para uma qualidade mais elevada em educação e pesquisa”, complementa a professora.

“Eu estou realmente ansiosa pela viagem em maio, quando teremos uma grande delegação formada por seis universidades da Suécia no Swedish Academic Collaboration Forum, e também representantes do Governo da Suécia e suas agências. O CISB continuará a desempenhar um papel importante. A expectativa é desenvolvermos inúmeras conexões, especialmente a fim de assumir conjuntamente maiores desafios em meio ambiente, clima e desenvolvimento urbano sustentável que o mundo enfrenta hoje.”

Cooperação em progresso

A Linköping University possui um Memorando de Entendimento e um Acordo de Intercâmbio com a Universidade de São Paulo, Universidade de Santa Catarina, Universidade Federal do ABC, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Centro Universitário da FEI e Instituto Tecnológico da Aeronáutica. As discussões também acontecem com o Instituto Militar de Engenharia e a Universidade Federal de Minas Gerais.

As principais áreas contempladas no acordo de cooperação, nas quais vinte professores da LiU estão envolvidos atualmente, são: física, mudanças ambientais, gestão de inovação, aeronáutica, sistemas autônomos e educação e capacitação.

A Linköping University (LiU) é uma universidade pública localizada em Linköping, Suécia. A LiU recebeu a condição de universidade em 1975 e hoje é uma das maiores instituições acadêmicas da Suécia com quatro faculdades: Ciências Humanas e Exatas, Ciência da Educação, Medicina e Ciência da Saúde e Engenharia. Em 2015, a LiU contava com 27.000 alunos e 4.000 colaboradores.

A LiU também mantém acordos de colaboração estratégico há dez anos com empresas globais tais como Saab, Ericsson e ABB.


Desafios em smart industries reúnem empresas e academia em BH

Workshop terá metodologia inovadora, desenvolvida pela Uppsala University,
 na qual o desafio de uma empresa é discutido por um grupo de experts.

Acontece no dia 19 de maio, em Belo Horizonte (MG), o Workshop AIMday Smart Industries, que reunirá representantes da academia e de grandes empresas com o objetivo de encontrar soluções para os desafios da chamada indústria inteligente (smart industry) – considerada nova revolução industrial por integrar a manufatura com o estado da arte da tecnologia de informação e comunicação, conectando pessoas, máquinas e processos inteligentemente.

O encontro é organizado por meio de uma parceria multi-institucional inédita entre o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (CISB), a Uppsala University (UU Innovation), a Linköping University (LiU), a Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a iniciativa Swedish Academic Collaboration Forum (SACF). Terá como diferencial o uso de uma metodologia bem-sucedida na abordagem dos desafios discutidos.

Desenvolvida pela Uppsala University (UU Innovation), a metodologia é centrada em discussões realizadas em pequenos grupos, nas quais uma única questão é apontada pela empresa e esmiuçada durante uma hora por pesquisadores e experts de diferentes áreas. A ideia é combinar a necessidade das empresas por novos conhecimentos com a expertise dos acadêmicos em resolver desafios.

“Esta estratégia já é adotada com êxito em universidades como as de Edimburgo e Oxford. Mais de uma centena de empresas já participaram de AIMdays – de grandes multinacionais do setor de telecomunicações até empresas de setores como biotecnologia, energia, saúde e construção sustentável”, conta Lars-Eric Larsson, vice-diretor da UU Innovation.

Segundo a Managing Director do CISB, Alessandra Holmo, aqui no Brasil o retorno das empresas vem sendo muito positivo desde a fase da abordagem. “Deverão participar cerca de dez grandes empresas que terão oportunidade de dialogar com cerca de 25 pesquisadores suecos e ou brasileiros”, conta. Empresas como a Akaer Engenharia, Saab AB, Atlas Copco Brasil, Ericsson Telecomunicações, Volvo Cars, Fibria Celulose e Vallourec do Brasil, já confirmaram sua participação encaminhando previamente os desafios sobre os quais querem discutir. “Nosso objetivo é estimular novos projetos colaborativos liderados pela indústria entre instituições do Brasil e da Suécia, e o AIMday será uma ferramenta valiosa neste processo”, ressalta.

Drivers da revolução – Segundo o especialista em redes neurais artificiais, Antônio Braga, professor do Departamento de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), algumas tendências tecnológicas são apontadas como os drivers dessa “quarta revolução industrial”: big data e analytics, sistemas autônomos adaptativos, computação em nuvem, integração horizontal e vertical de sistemas, internet das coisas industrial, sistemas físico-cibernéticos e cybersegurança.

“Trata-se de uma revolução que ocorrerá no mundo todo, em todos os setores”, ressalta ele. “Existe a indústria – e sua demanda – e a academia, que precisa se preparar para suprir. O AIMday é um modelo muito eficaz e interessante para abordar questões reais de maneira objetiva, além de direcionar a adaptação das indústrias à dimensão 4.0. É diferente dos outros workshops do gênero, pois a indústria já vem com questões que são direcionadas para experts na área”, finaliza.

Serviço: O Workshop AIMday Smart Industries será realizado no dia 19 de maio em Belo Horizonte – MG. O workshop integra a programação do Brazil-Sweden Excellence Seminar, organizado pela iniciativa SACF. Mais informações: http://aimday.se/smart-industries-belo-horizonte-2016/


Curitiba: modelo de inovação em mobilidade urbana

Como parte do projeto Smart City Concepts, dois ônibus serão testados na cidade: o primeiro, um híbrido, já entrou em operação este mês e o segundo, movido a eletricidade, a partir de junho.

Aumentar a eficiência energética dos sistemas de mobilidade urbana com adoção de meios de transporte menos poluentes e desenvolver tecnologia de informação e comunicação para otimizar as tomadas de decisão sobre transporte público: estes são dois dos principais objetivos do projeto Smart City Concepts in Curitiba. A iniciativa tem como parceiros a Prefeitura de Curitiba, a Volvo Bus, com sede no município paranaense, a Saab e a Combitech, da Suécia, além de universidades dos dois países, como o Royal Institute of Technology (KTH), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), e do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB).

De acordo com os experts envolvidos no projeto piloto, a experiência em Curitiba deverá gerar dados que permitam balizar estratégias de eletro mobilidade para grandes cidades da América Latina. “Estou certa de que o conhecimento que está sendo gerado será de interesse para muitos. Curitiba continuará sendo um modelo para o Brasil e para toda a América Latina. Também continuará a inspirar muitas outras cidades, como já faz”, confirma Semida Silveira, pesquisadora e gestora do projeto por parte do KTH.

De acordo com ela, a cooperação no modelo tripla hélice é essencial para desenvolver e implementar soluções nas cidades onde existe uma grande congregação de interesses. Para Rudin Björn, gestor no projeto na Combitech/Saab, a tripla hélice é uma condição para o sucesso do projeto, bem como para a geração de resultados valiosos para todas as partes envolvidas.

“É uma oportunidade fantástica de trabalhar em conjunto com os outros parceiros do projeto nos diferentes aspectos de uma tarefa comum. Esperamos expandir nosso conhecimento sobre sistemas de transporte público em todos os níveis. Além do mais, para nós, seria muito bom fazer parte desse movimento de adoção da eletro mobilidade no mundo.”

Teste – No último dia 18 de março, Curitiba sediou um encontro no qual foi feito um balanço dos primeiros resultados do programa, com a presença de diversas personalidades suecas e brasileiras envolvidas na iniciativa. O evento foi marcado pela apresentação do ônibus da Volvo que deverá operar na cidade a partir dos próximos meses. 

O modelo colocado em teste é um ônibus híbrido não plug-in, ou seja, que não precisa ser recarregado em uma estação de recarga elétrica. Ele opera com eletricidade gerada por seu próprio sistema de funcionamento, e com motor a combustão de diesel. O ônibus é articulado e tem capacidade para cerca de 160 passageiros.

“Esse ônibus deve rodar por aproximadamente seis meses e então conseguiremos gerar relatórios e teremos mais conhecimento para saber como ele se comporta”, adianta Rafael Nieweglowski, gerente do Programa de Mobilidade Urbana da Volvo Bus. De acordo com ele, um segundo ônibus, movido unicamente a eletricidade, com sistema de carga plug in, também deverá ser testado a partir do meio do ano. “Partindo dos resultados gerados por essesdois veículos, estaremos aptos a tirar conclusões para poder customizar o melhor veículo que irá operar na cidade de Curitiba.”

Os dados serão analisados pelas universidades envolvidas no projeto. Segundo Ricardo Luders, expert em controle supervisório e sistemas híbridos e professor do Departamento de Informática da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, essa análise permitirá o planejamento das operações por parte dos gestores municipais e parceiros do projeto.

“Estamos interessados na operação do sistema cuja matriz principal é a energia elétrica. Os impactos da operação desses veículos no serviço de transporte público, nos fornecedores de energia elétrica...”, explica. “O sistema movido a diesel não para, e temos que garantir a continuidade do serviço tanto com o híbrido quanto depois, quando introduzirmos o ônibus elétrico plug-in.”

Dotado de WI-FI grátis, o híbrido colocado em teste tem entre 150 e 200 sensores, traduzidos em mais de 10 mil parâmetros. “A primeira etapa é a captura de dados e a seleção dos dados relevantes. A segunda é: como transformar esses dados em informação que pode ser aproveitada para melhorar o desempenho do sistema?”, resume Keiko Fonseca, professora do departamento de Eletrônica Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

O ônibus já está rodando na linha 21 - Interbairros II - em sentido anti-horário. “É uma linha circular que interliga vários terminais de ônibus. É uma das linhas mais longas e mais desafiadoras da cidade, pois transporta muita gente. O objetivo, com essa escolha, foi exatamente testar a robustez do sistema”, adianta.

Keiko exemplifica algumas das avaliações já realizadas: a aceitação do novo serviço por parte da população (uma das vantagens é que ele é mais silencioso) e a forma de utilização do WI-FI pelos usuários. “Para saber, por exemplo, quantos pontos de acesso serão necessários para dar conta da demanda, é preciso saber quantos acessos serão feitos do ônibus, os horários, e tempo médio das conexões... tudo isso será avaliado.”


Brasil sedia seminário organizado por grupo de universidades suecas

CISB é uma das instituições participantes; temas incluem nanotecnologia, educação inclusiva e desenvolvimento sustentável, entre outros.

De 16 a 20 de maio acontece em várias cidades brasileiras o Brazil-Sweden Excellence Seminar, evento organizado pela iniciativa Swedish Academic Colaboration Forum (SACF), em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O SACF é um grupo formado por seis grandes universidades suecas: Chalmers University, Royal Institute of Technology, Linkoping University, Lund University, Stockholm University e Uppsala University com o objetivo de realizar seminários de pesquisa e ensino superior em um grupo seleto de países.

De acordo com Helena Balogh, gerente de projeto do SACF Brasil, os objetivos dos seminários são facilitar novas conexões entre pesquisadores brasileiros e suecos, reforçando e aprofundando as ligações já existentes entre cientistas dos dois países. “A meta é criar oportunidades para a exploração conjunta de problemas críticos globais e conectar empresas e pesquisas por meio da inovação.”

Entre os dias 16 e 18, os seminários acontecem na sede da CAPES, em Brasília. “Esperamos mais de uma centena de oradores”, antecipa Helena. Instituições como o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (CISB), a Embaixada Sueca, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) também participam do evento, além de agências como a VINNOVA, a Swedish Foundation for International Cooperation in Research and Higher Education (STINT), entre outras.

A delegação sueca que vem ao Brasil com 80 pessoas, incluindo mais de 50 pesquisadores, o ministro sueco de ensino superior e pesquisa, gestores de seis universidades, diretores e representantes de agências de financiamento.

Nos dias 19 e 20 serão realizados eventos adicionais em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, Belém e Recife. “Cada workshop adicional é único e terá tópico, foco e estrutura próprios. Alguns pesquisadores tomam parte do evento principal e dos eventos adicionais.” Um deles será o Workshop AIMday Smart Industries, que tem o objetivo de apoiar empresas a encontrar soluções para os desafios da indústria inteligente.

Outras edições – A iniciativa SACF já organizou seminários na China (novembro/2015), na República da Coreia (abril/2015) e em Singapura (novembro/2015). A última edição ocorreu na Indonésia em março deste ano. Uma reunião final acontece na Suécia.
Cada edição tem temas específicos, selecionados de acordo com os seguintes critérios: “Primeiro, as universidades membro do SACF compilam uma lista de suas áreas de atuação. Embaixadas, agências, acadêmicos e pesquisadores do país sede são então consultados para apontar áreas estratégicas. Finalmente, as áreas selecionadas são consideradas num contexto de relevância para os dois países”, diz Helena.

A edição brasileira do seminário terá os seguintes tópicos: imagem e visualização em ciências da vida; nanotecnologia e materiais funcionais; educação inclusiva, gênero e etnia; desenvolvimento sustentável: energia, meio ambiente e biodiversidade; autonomia e inteligência artificial; internacionalização e colaboração no ensino superior. Mais informações: http://sacf.se/


Segurança viária é tema de conferência global no RJ

Mais de cem palestrantes são esperados no evento, que já acontece
em outros quatro continentes. Entre os temas abordados estão educação dos usuários de vias e rodovias e segurança no transporte público.

O Rio de Janeiro vai sediar, de 17 a 19 de maio, a 17ª Road Safety on 5 Continents Conference (RS5C), evento de caráter global que reúne pesquisadores dedicados ao tema “segurança viária.” A conferência é organizada pelo Swedish National Road and Transport Research Institute (VTI), em parceria com a Associação Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET) e apoio do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (CISB). Mais de cem palestrantes de 29 diferentes países são esperados no evento.

O evento é voltado para pesquisadores de diversas áreas (de engenharia de tráfego a segurança veicular), gestores públicos, estudantes e profissionais de instituições que se dedicam ao tema “segurança no tráfego”. O programa inclui uma sessão especial sobre “Questões comportamentais do usuário de estradas”, ministrada por representantes do International Co-operation on Theories and Concepts in Traffic Safety (ICTCT).

A expectativa dos organizadores é que os pesquisadores expandam suas redes de contato, encontrem colegas e aprendam sobre novas abordagens em segurança no trânsito. “Recebemos quase 200 artigos e após o processo de revisão científica restaram um pouco mais de 100. Cerca de 15 são do Brasil”, conta Therese Jomander, Desenvolvedora de Negócios do VTI.

Dez temas serão abordados na RS5C: estratégias, políticas e planos de segurança rodoviária; análise de segurança de gerenciamento de acidentes; usuários vulneráveis de vias e rodovias; educação dos usuários de vias e rodovias; inovações veiculares, condução autônoma e suas aplicações; infraestrutura; o comportamento/estado do motorista; técnicas de modelagem e avaliação de segurança; questões comportamentais e percepção de risco dos usuários de estradas e aspectos de segurança do transporte público.

Na avaliação de Therese, a decisão de realizar o encontro no Brasil acabou sendo um sucesso, pois há um grande interesse do país pelo tema “segurança no trânsito”. “O principal desafio para nós tem sido lidar com todo o interesse de vários grupos que desejam participar, mas tivemos um grande apoio da ANPET, nossa parceira local, que está nos ajudando a organizar a conferência, e também do CISB, que nos forneceu contatos chave provenientes de sua extensa rede de contatos no Brasil.”

A RS5C é uma conferência global e originalmente tinha ênfase em dois continentes: Europa e América do Norte. O evento era então chamado de RS2C. Entre 1987 e 1999 conferências foram realizadas na Europa e depois expandidas para três continentes, em 2000, quando a África do Sul sediou um encontro. A Ásia foi adicionada em 2007, ano em que a conferência aconteceu na Tailândia. Agora, com o evento no Rio de Janeiro, a América do Sul entra no mapa e o evento passa a se chamar RS5C. Mais informações: http://www.vti.se/en/

 


Universidade de Skövde é novo membro do CISB

Situada em uma região industrial e com fortes laços com a VOLVO e a GKN, a Universidade de Skövde, da Suécia, é o mais novo membro do CISB. Uma das funções da instituição é desenvolver pesquisas e prover esse parque industrial de novas tecnologias.
“Há duas grandes fábricas na cidade de Skövde: elas fazem motores para carros e caminhões da VOLVO. O campus da universidade fica em frente às fábricas. E, a poucos quilômetros, há a GKN, braço da mesma empresa, mas dedicado ao setor aéreo. A colaboração é muito grande. Temos cerca de 100 pesquisadores de diferentes áreas trabalhando junto com essas empresas”, explica Diego Galar, professor de Segurança e Engenharia de Manutenção, responsável pela conexão entre o CISB e a Universidade de Skövde.

“Também sou professor na Lulea University, que já é associada. Quando assumi em Skövde, mencionei o trabalho do CISB. Eles se interessaram por muitos motivos: o projeto Gripen, no qual a manutenção de motores de aeronaves é algo relevante, a conexão com o setor automotivo brasileiro, que é boa para nossa expertise, e é claro, o estreitamento de laços com parceiros como a fábrica da VOLVO em Curitiba.”

De acordo com o professor, a conexão com Skövde, para os parceiros brasileiros, tem a vantagem de garantir acesso à tecnologia de ponta, especialmente para fabricação de motores. “A Universidade de Skövde já tem acordos bilaterais assinados com a Unicamp e a PUC-RS. Esperamos trazer pesquisadores brasileiros para os nossos quadros e o CISB é um importante parceiro chave para isso. Pós-docs são bem-vindos para nossas posições em aberto, assim como estudantes de doutorado com bom domínio de inglês.”


Anderson Ribeiro Correa é o novo reitor do ITA

Ele assumiu o cargo com a proposta de modernizar a instituição.

O professor Anderson Ribeiro Correa é o novo reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José dos Campos (SP). Ele recebeu o cargo do professor Fernando Toshimori Sakane, que esteve à frente da instituição interinamente por onze meses. Ele tomou posse do cargo no dia 26 de fevereiro, em uma cerimônia que contou com as presenças do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar, Nivaldo Luiz Rossato; do Diretor-Geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Tenente-Brigadeiro Alvani Adão da Silva; além de representantes do meio acadêmico e industrial.

Em seu discurso de posse, ele destacou a necessidade de modernizar a instituição. “Os valores da escola são incontestáveis, mas a engenharia dos próximos 30 anos é diferente da engenharia que era desenvolvida em 1950”, ressaltou. A continuidade das obras de expansão, a contratação de novos professores e técnicos, a manutenção física da escola, a renovação do ensino, as parcerias estratégicas relevantes, o incentivo a internacionalização e a busca de maior alinhamento com o Comando da Aeronáutica foram listados pelo reitor como as prioridades para a sua gestão, 2016-2019.

Para este ano, ele projeta já ter resultados como concretizar parcerias de atividades de inovação com o Cecompi e o Parque Tecnológico de São José dos Campos, novos acordos de dupla titulação com universidades europeias e norte-americanas, ofertas de novos cursos online, entre outros. 

Na avaliação do Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, o projeto de expansão da instituição (uma decisão do governo, que prevê aumento de número de vagas e ampliação da estrutura, entre outras iniciativas) tem relevância não apenas para a instituição, o DCTA e a Força Aérea, mas para todo o Brasil. O ITA concentra “os melhores cérebros” do País em uma área envolvida diretamente com o crescimento brasileiro, destacou.

Criado em janeiro de 1950 para apoiar o desenvolvimento aeronáutico no País, o ITA é um dos institutos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), subordinado ao Comando da Aeronáutica, localizado em São José dos Campos (SP). Na graduação, oferece seis cursos de engenharia aeronáutica, aeroespacial, mecânica, civil aeronáutica e computação.


Em nova sede, Akaer trabalha para o desenvolvimento da “fábrica do futuro”

Recém-instalada no Parque Tecnológico de São José dos Campos,
empresa vai ingressar nos setores naval, automotivo e óleo e gás, operando de acordo com o conceito de smart industry.

A Akaer, especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras para os setores aeroespacial e de defesa, transferiu sua sede para o Parque Tecnológico de São José dos Campos, onde ocupa uma área de 103 mil m² (sendo 18 mil m² de área construída, cerca de oito vezes maior que que a sede antiga). Fundada em 1992, a Akaer tem hoje 350 funcionários, a maioria engenheiros e projetistas.

A nova sede da empresa conta com instalações industriais, escritórios e laboratórios já equipados que serão utilizados na estruturação de um moderno complexo de desenvolvimento de tecnologias avançadas.

“Há um cluster aeroespacial único no hemisfério sul e que fica baseado em São José dos Campos, sede de diversas empresas deste setor e também de outros segmentos. A cidade conta com instituições de ensino que formam excelentes profissionais e são parceiras no desenvolvimento de tecnologias. Além do mais, a infraestrutura de nossa nova sede é moderna e possui tamanho suficiente para suportar nosso plano de expansão”. De acordo com Cássio Grasselli, diretor de marketing da empresa, outra vantagem da nova sede é a proximidade com clientes, parceiros e fornecedores que já estão instalados no Parque Tecnológico.

Ele explica que a nova sede permite um aumento substancial da capacidade de desenvolvimento, simulação, testes de certificação, montagem e integração de sistemas complexos de indústrias das áreas aeroespacial, de defesa e de energia. Também possibilita maior capacidade de gerenciamento das cadeias de fornecimento.

“Além do desenvolvimento de tecnologias de ponta para essas indústrias, a empresa ampliará sua atuação para os setores naval, óleo e gás, e automotivo. Também como parte da estratégia de crescimento e diversificação, a Akaer desenvolverá sua fábrica do futuro, ou manufatura inteligente, num prazo de cinco anos, reduzindo o ciclo de montagem e aumentando a qualidade nas etapas de produção de alto valor agregado”.

Por esse motivo, a Akaer participará do workshop AIMday Smart Industries no dia 19 de maio, em Belo Horizonte. O workshop reunirá representantes da academia e de grandes empresas com objetivo de encontrar soluções para os desafios da indústria inteligente.


Agenda de cooperação Suécia-Curitiba prioriza desenvolvimento urbano sustentável

No dia 18 de março, a cidade de Curitiba sediou um encontro entre autoridades governamentais e representantes de instituições do Brasil e da Suécia para um balanço geral de dois projetos desenvolvidos no âmbito do termo de entendimento entre instituições brasileiras e suecas para promover o desenvolvimento urbano sustentável em Curitiba.

Foram apresentados os resultados do projeto Smart City Concepts in Curitiba (Veja matéria nesta edição) e do novo projeto ParCur sobre emissões de material particulado e seu impacto na qualidade do ar de Curitiba e Região Metropolitana. O encontro também foi marcado pela assinatura do termo de entendimento entre os parceiros do projeto. Ambos os projetos são desenvolvidos no formato tripla hélice, ou seja, com a atuação conjunta do governo, academia e indústria.

O objetivo do ParCur é ajudar a criar metodologias de quantificação de emissões de partículas e seu impacto nos níveis de poluição do ar na região metropolitana de Curitiba, além de apoiar e complementar o projeto “Smart city concepts in Curitiba” com avaliações do impacto, na qualidade do ar, resultante da introdução de novas tecnologias em corredores de transporte de massa. As atividades envolvem um amplo consórcio de agências governamentais e de centros de pesquisa suecos e brasileiros.

Liderado pelo Swedish Meteorological and Hydrological Institute (SMHI) e coordenado no Brasil pelo Laboratório do Clima (LABOCLIMA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o  projeto fortalece a cooperação bilateral entre a Suécia e o Brasil no tocante ao tema específico da poluição atmosférica, com a definição de objetivos ambiciosos de melhoria da qualidade de vida dos curitibanos. A ideia central é que o planejamento e a gestão de eixos de transporte de massa devem levar em consideração os impactos sobre a qualidade do ar associados à urbanização e ao uso de combustíveis fósseis.

O evento contou com a presença do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet; do embaixador Jan Olsson representando o Ministério de Ambiente e Energia da Suécia; do embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn; do presidente da Volvo Bus, Hakan Agnevall; do presidente da Volvo Bus da América Latina, Luís Carlos Pimenta; do chefe da Unidade de Qualidade do Ar do SMHI, Lars Gidhagen,  além de outros representantes das instituições parceiras.

Na primeira etapa do ParCur será feito um inventário de emissões de material particulado e fuligem como input para modelos de dispersão de partículas com alta resolução espaço-temporal. Também será implementado modelos de dispersão nas escalas regional, urbana e local e realizada uma análise integrada que permita ajustar e validar o inventário de emissões. Além disso, será feito um mapeamento dos níveis de material particulado e fuligem para identificação de hot-spots. Já a segunda implica em modelagem de cenários de emissões e na avaliação de introdução de novas tecnologias nos corredores de transporte massivo.


CISB - Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro • Rua José Versolato, 111, São Bernardo do Campo, SP , Brasil • CEP 09750-730
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