Boletim CISB nº 18    |   Março, 2015

ENTREVISTA

Brasil, um parceiro estratégico para a Suécia

Per-Arne Hjelmborn, novo embaixador da Suécia

Nesta entrevista, o novo embaixador da Suécia, Per-Arne Hjelmborn, fala sobre sua experiência no Brasil, a importância do Brasil como parceiro estratégico da Suécia, e as relações internacionais entre os dois países. Confira abaixo.

CISB - O senhor assumiu a embaixada da Suécia no Brasil recentemente, mais precisamente em setembro de 2014. Como tem sido a experiência no Brasil, tendo em vista as diferenças culturais entre os brasileiros e os suecos?

Per-Arne - Eu tenho vivenciado momentos empolgantes desde que cheguei a este país lindo e fascinante. Ainda que eu esteja no Brasil há apenas seis meses, já aconteceram muitas coisas importantes que contribuíram para os relacionamentos entre a Suécia e o Brasil. As eleições gerais ocorreram na Suécia e no Brasil, o contrato de compra de caças no valor de 39,3 bilhões de coroas suecas foi assinado e dois meses atrás nós organizamos a visita do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Löfven ao Brasil, apenas para mencionar alguns acontecimentos.


CISB - O senhor serviu em diversos países, como Chile, Espanha e China. E seu ultimo posto no exterior foi como Embaixador da Suécia em Kuala Lumpur, na Malásia. Como o senhor avalia o potencial de oportunidade de negócios entre o Brasil e a Suécia em comparação com a Europa, Ásia e outros países da América do Sul?

Per-Arne - O Brasil é um parceiro estratégico para a Suécia e de longe o nosso maior mercado exportador na América Latina. São mais de 200 subsidiárias suecas e as empresas de origem sueca estabelecidas no Brasil empregam mais de 70.000 pessoas. A forte presença industrial e o nosso longo histórico proporcionam ao Brasil uma certa vantagem competitiva em relação a outros mercados emergentes e é definitivamente algo que nós devemos desenvolver quando exploramos novas oportunidades para cooperação comercial e de investimentos. Há um enorme potencial inexplorado em novos setores como, por exemplo, alta tecnologia, tecnologias de informação e comunicação e biociências. Mas também em setores tradicionais como mineração e florestal, nos quais ambos os países são líderes, existem grandes oportunidades para o desenvolvimento de negócios e cooperações.

CISB - A Suécia é considerada um dos países mais inovadores do mundo por meio do modelo de hélice tripla (governo-academia-indústria) que serve de inspiração para muitos países. Quais as principais competências em ciência, tecnologia e inovação que, em sua opinião, poderiam oferecer uma contribuição significativa para o Brasil?

Per-Arne - Sinto-me orgulhoso que a Suécia tem se sobressaído consideravelmente bem em comparações internacionais. Como base para inovação, eu acredito que um conhecimento sólido é essencial. O sistema de educação é sem dúvida importante, mas também é importante o papel que as empresas podem desempenhar. A Suécia está entre as nações do mundo com o maior número de investimento em pesquisa em relação à sua população – 3,42% do total do PIB do país. O setor de negócios contribui com aproximadamente 70%. As empresas suecas como Ericsson e Volvo contam com importantes centros de P&D no Brasil e contribuem diretamente com a rede de inovações aqui no país, sem deixarmos de mencionar a SAAB e o seu enorme pacote de transferência de tecnologia relacionada ao projeto dos caças Gripen. Eu ainda iria mais longe e dizer que basicamente todas as empresas suecas ativas no mercado brasileiro contribuem de alguma forma, pois elas normalmente oferecem soluções de alta tecnologia sustentáveis que elevam o grau de inovação e competitividade da economia brasileira e da sua indústria.

CISB - O projeto SAAB Gripen ligou o Brasil e a Suécia em uma parceria estratégica industrial e representou um marco importante na relação bilateral Brasil-Suécia. Quais são os desdobramentos esperados?

Per-Arne - Eu acredito que a Suécia e o Brasil estão iniciando uma nova era de cooperação bilateral. Ambos os países já trabalham em total parceria nas mais diversas áreas há algum tempo, mas a venda de 36 caças ao governo brasileiro injeta uma nova energia na cooperação. Isto é um divisor de águas que reforçará a parceria estratégica que os dois países firmaram em 2009. É também por isto que o primeiro-ministro Stefan Löfven decidiu aceitar o convite para visitar o Brasil juntamente com a posse presidencial em janeiro último. O encontro bilateral que ele manteve com a presidente Dilma Roussef ocorreu em uma atmosfera positiva e foi bastante produtivo. Os dois governantes decidiram fortalecer e expandir a cooperação bilateral em diversas áreas, principalmente nos campos de inovação, cooperação industrial e comércio. Ficou também acordado que a presidente Dilma visitaria a Suécia no futuro próximo e que a troca de visitas de alto nível entre os dois países se tornaria mais frequente.

CISB - No final de 2014, o senhor organizou a 3ª Semana de Inovação Brasil-Suécia. Falando especialmente do 4º Encontro Anual do CISB e do 1º Workshop Brasil-Suécia de Aeronáutica e Defesa, qual a importância deste tipo de evento para o estreitamento das relações com a Suécia?

Per-Arne - Em minha opinião, estes eventos são muito importantes para reunir grandes parceiros e instituições da Suécia e do Brasil para que juntos discutam as oportunidades de cooperação oferecidos pelo projeto SAAB Gripen. O que nós temos em discussão é um projeto verdadeiramente “win-win” do mundo. O Brasil adquiriu os caças líderes mundiais em linha com a sua estratégia de defesa e também dá um salto enorme em termos de transferência de tecnologia e capacidade industrial. E a Suécia firmou um dos seus maiores contratos de exportação na história e que eleva ainda mais a sua importante defesa e presença industrial no Brasil. Este é um projeto único em termos de porte e parceria de longo prazo, portanto, nós precisamos nos reunir regularmente em alto nível para realizarmos nossas avaliações e discutirmos como aproveitarmos ainda mais as oportunidades disponíveis.

CISB - Quais são suas expectativas com relação à cooperação no desenvolvimento industrial e a inovação da Suécia com o Brasil daqui para frente?

Per-Arne - Estou muito otimista. Em muitos aspectos, a Suécia e o Brasil são parceiros ideais. Tendo em vista que o Brasil deseja adotar um novo modelo de crescimento econômico, a inovação desempenha um papel essencial neste sentido. A Suécia, as empresas suecas e o modelo sueco de organização da sociedade podem oferecer algumas respostas aos desafios que o Brasil enfrenta em seus esforços de se tornar uma economia mais orientada pela inovação. Graças ao projeto Gripen, nós firmaremos uma cooperação estratégica que se manterá de 30 a 40 anos e que produzirá o desenvolvimento de know-how e capacidade industrial em uma vasta gama de tecnologias. Portanto, se olharmos para frente, veremos um futuro brilhante de parceria Brasil-Suécia para a inovação.

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Iniciativa do CISB para fomentar projetos colaborativos começa a render frutos

As duas chamadas lançadas pelo CISB no final de 2014, que possibilitam a realização de missões internacionais e tem como objetivo fomentar a criação de projetos colaborativos entre instituições científicas e indústrias do Brasil e da Suécia, teve como resultado mais de 32 missões em curso que envolveram 36 instituições da hélice tripla. O propósito desta iniciativa é desenvolver uma agenda de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) bilateral, de forma a estreitar as relações entre as instituições e os países, divulgar e contribuir para a criação de redes e  cooperação internacional no setor Aeronáutico.

Um total de 26 projetos foi aprovado no âmbito das duas chamadas. Eles são focados nas áreas de desenvolvimento de produtos e produção; sistemas embarcados e segurança; estrutura e materiais; design e operação de aeronaves; sistema de propulsão; aerodinâmica e aero acústica, dentre outras áreas.

O CISB está financiando missões internacionais baseado no conceito de seed money para que os pesquisadores que iniciaram relacionamento, principalmente no 1o  Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica e Defesa,  possam continuar a interagir, discutir e estruturar os projetos de P,D&I.

A chamada “Suporte para colaboração internacional”, por exemplo, com 23 projetos selecionados, é focada na criação de projetos de longo prazo que promovam a inovação entre as instituições cientificas e a indústria brasileira e sueca, na área da Aeronáutica. Já a chamada “Suporte para Missões Internacionais”, com três propostas selecionadas, foi direcionada aos pesquisadores que atuaram no Programa Ciência sem Fronteiras, no âmbito dos editais já lançados pelo CISB em conjunto com a Saab e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) com o objetivo de proporcionar a continuação das atividades em curso ou a criação de novos projetos.

Para Alessandra Holmo, Managing Director do CISB, essas chamadas criaram um portfólio de projetos nas áreas da Aeronáutica e Defesa entre os dois países. Além da agilidade com que as chamadas foram lançadas e executadas, ela chama a atenção para o formato inovador do apoio. “Estamos financiando a ida de pesquisadores de instituições brasileiras para a Suécia e de pesquisadores de instituições suecas para o Brasil”, conta.

“A ideia do modelo da chamada surgiu durante o planejamento dos workshops do Encontro Anual do CISB e do 1o Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica e Defesa”, conta Alessandra Holmo.  “Haveria uma grande interação entre os participantes e muitas ideias de colaboração iriam surgir, portanto a chamada foi uma forma de estimular e proporcionar a continuidade das discussões destas ideais” acrescenta.

Desdobramentos – Uma das instituições com maior número de projetos selecionados foi o ITA, com 15 propostas. Para facilitar a aproximação entre as instituições brasileiras e suecas, Alexander Westerhagen, engenheiro da Saab, está atuando como facilitador do processo. Ele acompanha de perto os projetos em curso no ITA e já se prepara para dar o mesmo apoio aos pesquisadores de outras instituições contempladas nas duas chamadas.

“Monitorar o progresso de cada projeto é importante porque possibilita desenvolver ações que garantam sua continuidade, tendo em vista que estamos lidando com projetos colaborativos, a maioria de longo prazo”, explica. Ele fez uma boa avaliação do que viu até agora. “A interação com os pesquisadores do ITA mostrou que há uma base sólida para uma colaboração muito produtiva entre os dois países”, ressaltou.

Resultados iniciais – Um dos projetos que já estão em fase final de estruturação é coordenado aqui no Brasil pelo professor Jesuino Takachi Tomita, do ITA, que esteve na Suécia entre 16 e 20 de fevereiro. Neste período, ele visitou a Chalmers University, em Gotemburbo, a Mälardalen University, em Västeras, e a SAAB, em Linköping, para definir o que cada parte envolvida no projeto iria executar.

“Trata-se de um projeto conceitual de um motor da classe turbinas a gás, utilizado na aviação militar de alta velocidade”, explica. “Fiz reuniões com professores e alunos das universidades e uma última com o pessoal da área de Sistemas de Propulsão da SAAB para alinhamento das atividades”, conta.

Na sua avaliação, o apoio do CISB ajudou muito na estruturação do projeto. “A iniciativa fortalece a aproximação de diferentes grupos de professores e alunos para a troca de informações e o relacionamento em parcerias internacionais”, afirma. Ele lembra que a realização do 1o  Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica e Defesa realizado   no ITA, em 2014, foi fundamental para o alinhamento dos grupos de trabalho, que agora estão em fase de discussão e planejamento dos projetos.

“Foi quando cada parte apresentou suas áreas de atuação e competências”, lembra. Logo depois, a etapa da viagem, para melhor detalhamento do projeto e definição de equipes de pesquisa. “Ambas as iniciativas com recursos oriundos do CISB, um grande apoio aos professores e alunos que geralmente possuem verbas muito reduzidas para realizar essas atividades internacionais.”

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Suécia é referência para o corredor verde brasileiro

 

No final de 2014 e início deste ano, três engenheiros brasileiros fizeram viagens à Europa para conhecer a experiência sueca na implantação do Swiftly Green – corredor verde que ligará a Suécia à Itália, e servirá de base para a criação de outros oito corredores no continente europeu. Na Suécia, eles também conheceram o sistema de transporte intermodal local. O conhecimento adquirido nessas viagens faz parte de um estudo que ajudará a desenhar um modelo de corredor verde para o Brasil.

O estudo é coordenado pelo Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP), da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Centro Universitário da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e a Universidade Federal do ABC (UFABC). O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) está atuando como parceiro chave do projeto e atua como elo de ligação entre as instituições do Brasil e da Suécia.

“Estamos planejando um workshop internacional no Brasil com todos os parceiros do projeto, em setembro, para aprofundar as discussões e lançar as bases para futuros projetos colaborativos entre o Brasil, a Suecia e a Europa em diversas áreas do conhecimento que envolvem o conceito do corredor verde”, antecipa, Alessandra Holmo, Managing Director do CISB.

Roteiro de conhecimento

Na primeira etapa da viagem, realizada em novembro passado, os engenheiros João Ferreira Netto, pesquisador do CILIP, e Wilson de Castro Hilsdorf, docente da FEI, visitaram o Departamento de Transportes da Chalmers University, que desenvolve projetos de pesquisa e inovação na área de logística. Também participaram de um workshop em Bruxelas, na Bélgica, no qual ficaram a par do atual estágio de desenvolvimento dos nove projetos de corredores verdes em andamento na Europa, e de uma conferência específica sobre o Swiftly Green, cujo desenvolvimento está sendo liderado pelo Lindholmen Science Park.

Em janeiro de 2014, na segunda etapa da viagem, Netto foi acompanhado de Delmo Alves de Moura, professor da UFABC. Eles visitaram a cidade de Malmo, na região de Skane, na Suécia, onde discutiram as iniciativas locais em tráfego marítimo com representantes do Departamento de Transportes. Também foram até o porto de Trelleborg, no sul do país, para conhecer suas operações, e estiveram no Lindholmen Science Park, para estreitar o relacionamento com os integrantes do projeto Swiftly Green.

“Nas visitas, pudemos verificar como os projetos são estruturados e quais as premissas necessárias para termos uma estrutura eficiente com um modelo de transporte sustentável”, destaca Netto. “Procuramos conhecer em detalhes o papel de cada ator no processo – governo, centros de pesquisa, universidades, empresas –, os desafios e entraves enfrentados nos projetos, o estágio atual do sistema na Europa”, conta.

Ele chamou a atenção para a qualidade da infraestrutura da Europa, que considera um fator facilitador para a implantação dos corredores verdes. “Não só torna o transporte de mercadorias mais eficiente, como facilita a regulamentação e organização destes corredores, por meio de intervenções e uniformização na legislação dos países pelos quais as cargas serão escoadas”, explica Netto. “Isso sem contar que abre espaço para mais pesquisas e inovações em tecnologias sustentáveis”, acrescenta.

Na avaliação de Moura, o Brasil precisa se amparar em experiências, como aquelas que viu, para implantar algo semelhante no Brasil criando um plano nacional de logística. “Para ter um transporte sustentável, precisamos de projetos de integração da cabotagem entre as regiões Norte e Nordeste e Sudeste e Sul do Brasil”, afirma.

O desenvolvimento do Swiftly Green está sendo feito por um consórcio que envolve, além do Lindholmen Science Park, instituições de pesquisa, governo e empresas da Suécia e da Itália. Eles estão definindo diretrizes, instrumentos e recomendações para o desenvolvimento do sistema. Tanto o Swiftly Green como os outros oito corredores estarão operando até 2030. “O projeto Swiftly Green está em andamento desde 2013 e, é claro, está bem mais adiantado do que o nosso no Brasil. Por isso, é muito importante aprendermos com a experiência deles”, afirma Hilsdorf.

O assessor sênior de Projetos Especiais do Lindholmen Science Park, Jerker Sjögren, acredita que o conhecimento sueco em planejamento e estratégia de implantação ajudará o Brasil a encontrar o modelo ideal de corredor verde. “Um trabalho colaborativo entre instituições de ambos os países resultará em um grande aprendizado, em especial em áreas como transporte por cabotagem e transporte de alta capacidade”, resume. 

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CISB organiza missão na Suécia para gestores de P,D&I

O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), que atua como uma arena de inovação aberta e é uma referência na internacionalização de P,D&I entre o Brasil e a Suécia, promove o “Swedish Open Innovation Learning Week”, entre os dias 7 e 12 de junho, na Suécia. Trata-se de uma missão a ser realizada nas cidades de Estocolmo, Gotemburgo e Linköping, com o objetivo de levar executivos brasileiros, pesquisadores e gestores de inovação para conhecer e interagir com alguns dos principais atores do sistema de inovação sueco.

“Nosso objetivo é proporcionar uma semana em que empresas e instituições de pesquisa do Brasil conheçam o sistema de inovação, o modelo de sucesso da hélice tripla, e estabeleçam parcerias com os atores chave da Suécia”, afirma Alessandra Holmo, Managing Director do CISB. “A programação foi desenhada com esta finalidade, sendo que boa parte das atividades contará com a participação dos principais atores das áreas de Aeronáutica e Defesa da Suécia”, acrescenta.

Programação – A programação da semana abordará, por meio de palestras nas universidades, as características do sistema de inovação sueco, além de proporcionar visitas técnicas aos atores chave para entender seus casos de sucesso e conhecer os parques tecnológicos de terceira geração e seus processos para criação de projetos multi-institucionais em fase pré-competitiva. Será apresentado também o Programa Nacional de Inovação em Aeronáutica. A missão contará ainda com uma visita especial à VINNOVA, agência de inovação sueca considerada modelo de inspiração para a criação do programa europeu Horizon 2020. Para conferir a programação completa, acesse o site do CISB.

Inscrições – Os interessados em participar da missão podem fazer o registro no site: www.cisb.org/oilw. É necessário investir US$ 4 mil, valor que cobrirá a participação em todas as visitas, palestras e seminários, o acompanhamento de equipe especializada durante todas as atividades, hospedagem, transporte para as visitas e alimentação durante o dia. Custos com passagem aérea entre Brasil e Suécia, seguro viagem, entre outros, não estão inclusos neste investimento. O grupo desta missão será composto por 25 pessoas, no máximo, visando garantir a qualidade do programa.

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CISB e USP assinam convênio para o projeto de corredor verde

O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) e a Universidade de São Paulo (USP) assinaram um convênio de dois anos para a realização de estudos sobre a viabilidade de implantação de um corredor marítimo verde no Brasil. O convênio fomenta a parceria de um projeto em andamento, liderado pelo professor doutor Rui Carlos Botter, coordenador geral do Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (CILIP), vinculado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

Financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), os estudos possibilitarão fazer um levantamento detalhado dos aspectos legais, econômicos, alfandegários, tecnológicos e ambientais, de forma a criar e validar um modelo de corredor verde adequado à realidade brasileira.

Estão previstas várias ações. Uma delas, já realizada, consistiu em visitas técnicas nas quais três pesquisadores brasileiros foram conhecer a experiência sueca na área (Veja mais detalhes na matéria “Suécia é referência para o corredor verde brasileiro”). Também foram realizadas entrevistas com operadores portuários, armadores e transportadores de carga para mapear as principais demandas de cada setor.

“Estamos fazendo um raio x do arcabouço institucional dos corredores verdes europeus, e no Brasil, da atual conjuntura em logística e transporte”, conta Rui Botter. “No final, além de um modelo de corredor verde, apresentaremos uma proposta para sua regulação e normatização”, destaca.

Para o Brasil, que mal aproveita seu potencial de navegação por cabotagem e não tem uma malha ferroviária expressiva, a adoção deste conceito representa um passo gigante. Corredores verdes combinam os modais rodoviário, marítimo e ferroviário, fazendo uso de tecnologias de menor impacto ambiental e combustíveis renováveis.

“Aqui, temos iniciativas isoladas em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias sustentáveis para o setor de logística e transporte”, diz Botter. “A ideia é formar uma rede internacional de inovação, unindo atores dos sistemas de inovação da Suécia e do Brasil, para promover a troca de experiências, conhecimento e elaboração de projetos conjuntos.”
A Suécia está bem adiantada na compreensão dos desafios exigidos neste tipo de projeto. Por encomenda da Comunidade Europeia, várias instituições de pesquisa de lá estão realizando estudos para implantar nove corredores verde no continente europeu. Um projeto piloto ligando a Suécia à Itália, e passando por quatro países, já está em desenvolvimento, sob coordenação do Lindholmen Science Park.

“O papel do CISB foi fazer o elo de ligação das instituições suecas com os pesquisadores brasileiros com o objetivo de criar um rede de colaboração na área visando à estruturação um projeto similar no Brasil”, afirma Alessandra Holmo, Managing Director do CISB. “A expectativa é que esta parceria resulte em uma cooperação internacional de longo prazo, com resultados positivos para ambos países”, finaliza.

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Bolsas para desenvolver projetos inovadores na Suécia

São 15 bolsas de doutorado e pós-doutorado. Além da pesquisa, os selecionados poderão estagiar ou participar de projetos de P&D.

Estão abertas até o dia 15 de maio as inscrições para a chamada de projetos CNPq/CISB/SAAB 42/2014, no âmbito do programa Ciências sem Fronteira do Governo Federal, que oferece 15 bolsas de estudos, sendo dez para pós-doutorado e cinco para doutorado sanduíche em universidades na Suécia. A chamada é focada na área de Aeronáutica com ênfase em Materiais e Manufatura, Eletrônica, Tecnologia da Informação e Comunicação e Sistemas de Engenharia Mecânica.
Trata-se do quarto edital lançado com esta finalidade pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) em parceria com o Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) e a SAAB – empresa sueca de tecnologia voltada para os segmentos de defesa e segurança, focada em inovação.

Além de ter a chance de desenvolver seus projetos em universidades de excelência, os pesquisadores contemplados com a bolsa poderão ainda realizar estágios ou participar de projetos de pesquisa na SAAB.

Este é um dos diferenciais que explicam o sucesso das chamadas CNPq/CISB/SAAB, que já possibilitaram a ida de 25 pesquisadores para a Suécia. “Na última edição, tivemos 108 inscrições, o que representa um crescimento de 350% em relação à anterior”, conta Alessandra Holmo, Managing Director do CISB. “Nossa meta é dar continuidade ao programa e focar nas áreas de maior interesse para o CISB, a SAAB e dos nossos parceiros, no Brasil e na Suécia”, acrescenta.

Procedimentos – Os interessados devem se inscrever na plataforma Carlos Chagas (http://carloschagas.cnpq.br/) até dia 15 de maio próximo. Antes, porém, recomenda-se acessar a plataforma colaborativa do CISB (https://swbcisb.induct.no), até 8 de maio, para conhecer e interagir com os grupos de pesquisas acadêmicos da Suécia e com os pesquisadores da SAAB a fim de  enriquecer a proposta de projeto.

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CISB conquista novo membro, a Lund University

Para instituição, Brasil é país estratégico para parcerias e colaborações futuras.

A Lund University é o mais novo membro do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro (CISB). A instituição, que está entre as 100 melhores do mundo segundo o ranking da QS Top Universities (http://www.topuniversities.com/), oferece cursos nas áreas de engenharia, ciência, direito, ciências sociais, economia e gestão, medicina, humanidades, teologia, arte, música e teatro. Tem também papel de destaque na área da pesquisa, sendo a única universidade sueca a integrar a rede internacional LERU (Liga das Universidades Europeias de Pesquisa).

Trata-se de uma universidade de classe mundial que seleciona seus alunos no mundo todo. Com 42 mil alunos e sete mil funcionários, a instituição mantém programas de cooperação com 600 universidades parceiras em mais de 70 países.
Segundo os porta-vozes da instituição, o Brasil é um país estratégico, pois há muitas áreas de interesse comum com a Suécia. Como membro do CISB, a Lund University planeja contribuir com o importante trabalho de fortalecer a cooperação entre os dois países e espera que a adesão ao CISB ajude a preparar o terreno na construção de uma plataforma comum, na qual novas colaborações possam ser formadas, mudanças globais possam ser discutidas e grandes ideias possam ser geradas.

Nos últimos anos, intensificou-se a colaboração entre a Lund University e instituições semelhantes a ela no Brasil, o que ajudou a promover um conhecimento valioso para o desenvolvimento de novas colaborações. Segundo seus porta-vozes, a universidade sueca está comprometida com universidades brasileiras em uma série de projetos colaborativos, e também com organizações que atuam nas áreas de engenharia de recursos hídricos, logística e embalagens, ecologia aquática, biocombustíveis, clínica genética, entre outras.

“Como a Lund University é interdisciplinar, as expectativas, ao se tornar membro do CISB, não estão limitadas a um tópico específico. Futuras colaborações podem ser alinhadas em uma ampla gama de áreas de interesse comum. A Lund University tem grandes expectativas ao integrar o quadro do CISB”, resumiram seus porta-vozes.

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