Boletim CISB nº 17    |   Dezembro, 2014

ENTREVISTA

CISB quer ampliar número de associados e parcerias

Pontus de Laval e Alessandra Holmo, respectivamente Chairman e Managing Director do CISB

Um ambiente propício para instituições e pessoas se conhecerem; uma oportunidade única para fortalecer a rede de inovação aberta entre as organizações suecas e brasileiras. Essa é a melhor definição dos encontros anuais promovidos pelo Centro de Pesquisa e Inovação Sueco Brasileiro - CISB, que opera no Brasil desde 2011. Organizado inicialmente por iniciativa da Saab e inspirado nos Parques de Ciência Suecos, o CISB tem hoje 12 associados (entre universidades, empresas e institutos de pesquisa). Essas instituições apostam na inovação guiada por desafios e pela hélice tripla, que une indústria, setores públicos e área acadêmica. 

Em novembro último, o CISB realizou seu quarto encontro anual em São Paulo, como parte da 3ª Semana de Inovação Sueco Brasileira. Em entrevista, Pontus de Laval e Alessandra Holmo, respectivamente Chairman e Managing Director do CISB, falam sobre o futuro da instituição e da cooperação Brasil-Suécia.

CISB - O Cisb está no Brasil desde 2011. Por que decidiram vir para o país?

Laval - Na verdade, começamos a montar o centro em 2010, mas tivemos algumas dificuldades no começo. O Brasil realmente não é um país para iniciantes. Deu muito trabalho, muito trabalho mesmo, para montarmos a estrutura, abrir o centro. Precisamos juntar vários documentos, contornar questões que iam surgindo pelo caminho.

CISB - Por causa da burocracia?

Laval - Exatamente, também por isso. A burocracia não é fácil. Mas desde então as coisas têm andado bem.  Temos conseguido associados e estamos fazendo trabalhos, fechando parcerias e realizando workshops. Já estamos na terceira semana de inovação entre os dois países. O Brasil é muito interessante para nós em termos do que produz, do que vem desenvolvendo em termos de tecnologia.  E queremos fechar mais parcerias. Há muitos problemas no mundo todo que não podem ser solucionados por organizações individuais e que precisam ser endereçados por um sistema de inovação aberta, além de redes que englobem várias instituições, assim como vários assuntos.

CISB - A Saab montou estruturas como essas em outros países? Ou atua somente no Brasil?

Laval - Atuamos em diversos outros países. Entre eles estão Suíça, Indonésia, Reino Unido, Dinamarca. Mas a estrutura no Brasil é a mais sólida que temos no mundo todo. Em alguns outros locais, o centro de pesquisa e inovação atua somente de forma virtual, sem uma estrutura como a daqui. Aqui temos um escritório, uma equipe fixa que trabalha conosco.

CISB - E por que a estrutura do Brasil é a mais sólida? Por que é diferente das outras no resto do mundo?

Laval - Achamos que o Brasil tem muito a oferecer em termos de desenvolvimento de tecnologia. Há muitas pessoas que sabem o que fazem, muitos especialistas, muitos desenvolvimentos inovadores. Além disso, algumas universidades são muito boas e seus pesquisadores também. Por isso sentimos que precisávamos de uma estrutura mais sólida. O país tem uma ótima mão de obra em pesquisa e inovação.

CISB - Os workshops do setor de aeronáutica foram realizados nas instalações do ITA. Ele é um associado?

Alessandra - Ainda não é, mas fizemos o convite ao ITA durante o evento e estamos aguardando a resposta. Agora, independentemente de se tornar associado, por ser um ator chave no setor de aeronáutica, ele já é um forte parceiro do CISB.

CISB - Por que a Semana de Inovação Sueco Brasileira teve foco no setor aeronáutico?

Alessandra - O pano de fundo é a assinatura do acordo de compra de 36 caças da Saab pelo Brasil. A Saab é um importante associado do CISB , e o programa FX, que culminou na compra dessas aeronaves, levou 17 anos até chegar na conclusão da escolha e no contrato de aquisição. Quer dizer: é um marco no setor. Agora estamos com o desafio de montar a cooperação Brasil Suécia em pesquisa, desenvolvimento e tecnologia na área de aeronáutica e defesa pensando no futuro, sendo que as iniciativas da semana propiciam um ambiente para isso.

CISB - Qual é a estratégia para isso?

Alessandra - Acreditamos que se começa com pequenos projetos, porém com grandes ambições. As pessoas têm de se conhecer num primeiro momento e aprender a cooperar por meio de mecanismos de mobilidade e colaborações em  projetos já existentes do dois lados, fortalecendo assim o relacionamento entre as instituições da hélice tripla (indústria, universidade e governo) do Brasil e da Suécia. É importante lembrar que os pesquisadores das universidades sabem muito bem montar a rede de pesquisa, mas é e necessário também criar condições para o aumento das interações universidade-indústria com o objetivo de aumentar o potencial da inovação.

CISB - E quais são as perspectivas para o futuro?

Laval - Queremos conquistar mais sócios para o CISB, por exemplo. Temos imenso interesse em ampliar os acordos. Em fazer mais acordos, mais parcerias, em interagir com outras pessoas que pensam sobre temas em comum, ou que tentam descobrir soluções inovadoras. São acordos de inovação, acordos para o desenvolvimento de tecnologias. Também queremos ampliar o escopo das áreas nas quais essas parcerias podem ser feitas. Queremos trazer mais empresas, mais institutos de pesquisa, mais universidades, a fim de atuarmos juntos e resolver questões tecnológicas pendentes.

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4º Encontro CISB integra programação da Semana Sueco-Brasileira de Inovação 2014

A quarta edição do Encontro Anual do CISB ganhou relevância ainda maior este ano, ao integrar a 3ª Semana Sueco-Brasileira de Inovação, realizada no Brasil entre os dias 10 e 14 de novembro, nas cidades de Brasília, São Paulo, São José dos Campos, Santo André e Belo Horizonte. Participaram do 4º Encontro, que ocorreu nos dias 11 e 12 e novembro no Hotel Blue Tree Premium Faria Lima, em São Paulo, 140 pessoas, entre representantes de governo, de empresas, de  agências de inovação, de universidades e de institutos de pesquisa de ambos os países.

Os principais objetivos do encontro, segundo Alessandra Holmo, diretora geral do CISB, foram fazer um balanço das atividades do CISB, lançar a nova área foco do CISB, a Aeronáutica, promover o networking entre parceiros e identificar novas oportunidades de projetos colaborativos entre empresas e instituições de pesquisa de ambos os países.
A programação do primeiro dia contou com a presença do embaixador da Suécia no Brasil, Per-Aerne Hjelmborn, que abriu o encontro na parte da tarde. “A venda do avião Gripen pela Saab para a Força Aérea Brasileira (FAB) é o maior contrato de exportação já feito pela Suécia e amplia nossa já impressionante base industrial no Brasil. É um projeto único, em termos de tamanho e de possibilidades de parceria entre nosso país e o Brasil. Vamos cooperar pelos próximos 30 ou 40 anos”, destacou.

Balanço positivo - No primeiro painel do dia, “Cooperação Sueca- Brasileira - Inovação para um Futuro Sustentável”, Joakim Appelquist, diretor de Colaboração Internacional e Redes da Vinnova, fez um balanço positivo dos cinco anos de colaboração entre Brasil e Suécia no campo da inovação.

Segundo ele, a Suécia ampliou sua compreensão sobre o sistema brasileiro de inovação e conseguiu despertar maior interesse dos stake holders suecos em desenvolver acordos com os brasileiros. No momento, discute com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) a criação do fundo conjunto. “Para nós, não é importante a transferência de tecnologia. Queremos desenvolver a inovação de forma conjunta. Temos um sistema bastante descentralizado e baseado na abordagem bottow-up, e estamos aprendendo como vocês fazem aqui”, acrescentou.

Alexandre Zuccolo Barragat de Andrade, do Departamento de Cooperação Internacional da Finep, afirmou que o objetivo do acordo é desenvolver novas tecnologias identificadas pelos dois parceiros como estratégicas. “Estamos superando as assimetrias entre as instituições e cooperando, seguindo um caminho onde isso é plenamente possível”, apontou.

Setor estratégico - A programação incluiu uma apresentação especial de Luiz Goes, professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), sobre o futuro do setor aeronáutico brasileiro e as possibilidades de cooperação nessa área entre Suécia e Brasil. Goes citou alguns fatores que representam desafios e oportunidades para o setor aeronáutico brasileiro como, por exemplo, a entrada de novos atores no mercado internacional, especialmente China, Rússia e Malásia, concorrentes diretos da Embraer.

Também citou novos desafios tecnológicos, com destaque para a implementação de políticas ambientais com foco na redução de emissão de gases de efeito estufa, e a necessidade de desenvolver novos sistemas para segurança e controle de tráfego aéreo. Para ele, essas são excelentes oportunidades de intercâmbio para o Brasil e a Suécia no campo da aeronáutica.

Iniciativas bem-sucedidas - Na sequência, o evento abriu espaço para a apresentação de iniciativas de sucesso desenvolvidas por instituições suecas e brasileiras. O coronel Mats Olofsson, cientista-chefe das Forças Armadas suecas, falou sobre programas de apoio à inovação na área aeronáutica existentes na Suécia. As professoras Semida Silveira e Keiko Verônica Ono, do Royal Institute of Tecnology (KTH) e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) respectivamente, mostraram os avanços no projeto de aplicação de conceitos de cidade inteligente que está rodando em Curitiba, no Paraná. Uma “linha verde” está em construção na cidade. O projeto prevê um novo sistema para circulação de ônibus híbridos da sueca Volvo, que usam energia elétrica e diesel, entre outras ações.

A gerente de programas do Lindholmen Science Park da Suécia, Rosário Castro, contou que várias ideias de projetos surgiram da cooperação entre a instituição e parceiros brasileiros. Uma visita ao Porto de Santos, por exemplo, já abriu possibilidades de cooperação entre os países na área de logística e transporte naval.

Entre os projetos citados por ela estão o CISB Arena de Inovação Aberta em Transporte & Logística, uma plataforma que suporta encontros virtuais para discussões de desafios, oportunidades, novas ideias e soluções tecnológicas; a realização de workshops presenciais; o projeto Green Corridor, que pretende aproveitar a infraestrutura portuária brasileira para o transporte de pessoas e cargas pelo litoral, interligado com o sistema rodoviário nacional, usando conceitos e tecnologias verdes; e o projeto Maritime Performance Through Sea Traffic Management (Performar), que está desenvolvendo e aplicando diferentes conceitos e tecnologias para gestão do tráfego marítimo.
Por fim, Jefferson de Oliveira Gomes, gerente executivo de Inovação e Tecnologia do Senai, apresentou as iniciativas da instituição no apoio às atividades inovativas das empresas no Brasil.

Prêmio - Também na abertura do 4º Encontro Anual do CISB foram conhecidos os vencedores do Sweden-Brazil Innovation Challenge 2015. O tema dessa edição foi transporte sustentável. No total, 1.200 estudantes participaram da competição. Os dois primeiros colocados Bianca Macedo, do ITA, e Fabio Gonçalvez Rizzi, da Universidade de São Paulo (USP), ganharam uma viagem de uma semana para a Suécia, onde terão a oportunidade de visitar empresas e universidades locais. Luisa Veiga da Cunha, da Universidade Federal de Brasília (UnB), e Mateus Alves de Pinho, da USP, foram os outros dois ganhadores da competição.

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Workshop do CISB promove colaboração em design de compósitos e sua manufatura

Dinâmica  foi preparada com o apoio de experts brasileiros e suecos.

Como parte do seu 4º Encontro Anual , o CISB organizou o workshop “Visão futura sobre oportunidades em design e manufatura de compósitos”. Realizado em São Paulo, no dia 12 de novembro, o evento contou com cerca de 50 participantes do Brasil e da Suécia. Do lado da Suécia, os palestrantes foram Lars Sjöström, diretor de futuros negócios da Saab Aeronautics; Pontus Nordin, também da Saab; Dan Zenkert, do Royal Institute of Technology; e Fredrik Winberg, da Biteam. Da parte do Brasil foram convidados Clovis Eca Ferreira e Amaury Gavazzi, da Embraer; e Sergio Frascino, pesquisador do ITA.

“As palestras visavam inspirar os participantes, já que o objetivo deste workshop era gerar ideias de projetos colaborativos entre Brasil e Suécia – no âmbito da hélice tripla. Antes do evento nos preparamos , consultamos especialistas de ambos os países para nos guiar na escolha dos temas chave e dos participantes de cada lado”, afirma Fellipe Sabat, coordenador de Portfólio de Projetos e Parcerias do CISB.

No final das apresentações, os participantes se dividiram em grupos para discutir temas específicos, tais como compósitos multifuncionais, modelagem de processos de manufatura, otimização de design, fratura, fadiga e design e manufatura. “Cada tema teve um ou mais desafios para os participantes solucionarem. A discussão em grupo era norteada por três perguntas: a primeira, qual a tecnologia ou solução que pode ser desenvolvida a fim de lidar com o desafio proposto? A segunda, quais aplicações industriais podem ser submetidas a essas soluções? E a terceira, como estruturar o projeto, incluindo questões sobre seu escopo, participantes, financiamento e próximos passos?”, esclarece Sabat.

O passo seguinte foi enviar um relatório contendo todas as discussões para cada um dos participantes do workshop. “Às vezes um pesquisador se identifica mais com a discussão de um grupo diferente daquele de que participou”, explica Sabat, ressaltando que encontra-se aberta uma chamada do CISB para apoiar a construção conjunta de projetos, justamente para dar prosseguimento ao trabalho iniciado com o workshop. “É nesse ponto que estamos agora. As pessoas estão construindo propostas para atender a esta chamada. E a partir daí construir projetos mais robustos”, conclui.  

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Volvo Cars é novo associado do CISB

Energias e combustíveis renováveis estão entre os interesses do grupo no Brasil.

O mais novo associado do CISB é a Volvo Cars, que está começando a estabelecer operações de pesquisa no Brasil, segundo informa seu diretor de Pesquisa e Contratos Externos, Tord Hermansson. Nesse processo, ele atribui ao CISB importância estratégica como articulador.

“O principal objetivo da associação com o CISB é ter acesso a um ator local, que tem uma função de ‘broker’. Como fabricante no setor automotivo, a Volvo Cars tem uma forte necessidade de suporte na identificação e estabelecimento de contatos iniciais com os potenciais interessados e com programas de pesquisa relevantes na comunidade acadêmica brasileira. Acreditamos, e já pudemos confirmar, que o CISB desempenha um papel importante para identificar e facilitar a valiosa colaboração entre a Volvo Cars e parceiros brasileiros”, afirma  Hermansson.

Ele elenca as áreas prioritárias do grupo para pesquisa em curto prazo. “Basicamente, são: eletrificação e hibridação de sistemas de propulsão; combustíveis e energias renováveis; automação e condução autônoma; comunicação de carro para carro e serviços com base na nuvem”, revela o executivo.

“A Volvo Cars é uma importadora, ainda não produz aqui, mas tem ambições. Conhece o Brasil, sabe do grande potencial em energia renovável que o País tem. Esta é uma das áreas que ela quer saber quem são os atores na academia, as expertises para pensar em projetos a médio e longo prazo”, afirma Alessandra Holmo, Managing Director do CISB. Ela diz que o CISB já conseguiu encontrar potenciais parceiros e que vai acompanhar o diálogo entre a empresa e a academia.

“O interessante é que a partir da associação da Volvo Cars, o CISB  ganha uma boa aproximação com outros atores da indústria automotiva, dentre eles destaque para a Volvo Group Trucks Technology. Como a Scania Latin America já é um  associado, muitas sinergias podem ser geradas. Nosso objetivo é ter uma série de associados no mesmo setor, unindo forças para solucionar os desafios da sociedade, compartilhando conhecimento e objetivos comuns. Portanto, a entrada da Volvo Cars agrega muito e nos dá proximidade com outros potenciais atores da área no Brasil e na Suécia”, resume Alessandra.

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Workshop sobre Aeronáutica e Defesa reúne 500 participantes na 3ª Semana de Inovação Sueco-Brasileiro

Perspectivas de aumento da colaboração entre o Brasil e a Suécia emergem com acordo comercial entre a Saab e a força aérea brasileira.

Como parte da programação da 3ª Semana de Inovação Brasil-Suécia, o CISB realizou junto ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) o 1° Workshop Brasil Suécia em Defesa e Aeronáutica. O evento aconteceu nos dias 13 e 14 de novembro. Instituições importantes como FINEP, VINNOVA (agência de inovação sueca), ABDI, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Saab AB, Embraer, Akaer, INNOVAIR e as universidades suecas Linkoping, Chalmers e Lulea foram algumas das participantes. Os dois dias de workshop tiveram, em média, 500 participantes entre indústria, academia e governo. 

O objetivo das oficinas foi discutir e propor estratégias para a cooperação, a longo prazo, entre universidades brasileiras e suecas e indústrias em áreas estratégicas no setor de aeronáutica e defesa. A motivação para os workshops vem das perspectivas de aumento da colaboração entre o Brasil e a Suécia que surgem a partir do acordo comercial entre a SAAB e a força aérea brasileira (que adquiriu 36 caças da empresa sueca). Esta cooperação entre Brasil e Suécia deverá ser uma associação frutífera de longo prazo.

O segundo dia de workshop foi divididos em seções, nas quais foram identificados os desafios e potenciais tópicos para colaboração entre os dois países nas seguintes áreas: operações e design de aeronaves; aerodinâmica e aeroacústica CFD (Computational Fluid Dynamics); estrutura e materiais; fabricação e desenvolvimento de produto, sistemas de propulsão; controle automático e sistemas autônomos e incorporação de sistemas de segurança.

 “No caso das universidades, o objetivo da cooperação é o desenvolvimento de pesquisa em conjunto e não a simples troca de conhecimento. Temos bons pesquisadores em todas as áreas, mas o estabelecimento de cooperações cria um ambiente sinérgico que impulsiona a pesquisa e beneficia ambas as partes”, resumiu a professora Emília Villani, do ITA. Ela explica que os resultados da cooperação podem ter diversos desdobramentos, em áreas distintas e prazos que variam de acordo com a natureza da atividade.

“Quando falamos em resultados, podemos nos referir à área da pesquisa ou aos resultados incorporados em novos produtos na indústria. Algumas áreas, como a de novos conceitos de aeronaves, por exemplo, correspondem a pesquisas que ainda têm um longo caminho até se concretizarem num produto. Outras, como a de manufatura, podem produzir resultados com potencial para serem incorporados rapidamente às linhas de produção”, esclarece Emília.

“Atingimos o objetivo que era propiciar um primeiro grande encontro entre pesquisadores das universidades e empresas da Suécia e do Brasil e já estamos em fase de planejamento de como intensificar esta relação em 2015. Além disso, duas universidades suecas associadas ao CISB (LiU e KTH) assinaram um MoU com o ITA, demostrando o engajamento com relação a criação de uma agenda de projetos conjuntos entre estas Instituições”, afirma Alessandra Holmo, Managing Director do CISB.

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CISB abre chamadas para projetos colaborativos

Duas delas recebem inscrições até o início de dezembro.

O Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) está com três chamadas abertas: a primeira para seleção de propostas para realização de parcerias ou estruturação de projetos colaborativos através de missões internacionais de curta duração. A segunda para fomentar a colaboração de longo prazo e promover a inovação entre a academia e a indústria de ambos os países na área da Aeronáutica. E a terceira, em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Saab AB, para bolsas de pós-doutorado e doutorado sanduíche na Suécia.

Nos dois primeiros casos, as inscrições podem se feitas até dia 2 de dezembro e as propostas devem ser encaminhadas ao CISB exclusivamente por e-mail, para o endereço eletrônico projects@cisb.org.br, até as 17h do último dia de inscrição (horário de Brasília). O atendimento pelo endereço eletrônico acima (e pelo telefone 55 11 4314-9466) se encerra às 16h do dia anterior à data limite para inscrições. As propostas de ambas as chamadas devem ser submetidas em inglês.

Áreas de interesse - Na chamada para missões internacionais, as áreas de interesse prioritário são materiais e manufatura; eletrônica; informação e comunicação tecnológica; sistemas de engenharia mecânica e energia e meio ambiente. Mais detalhes aqui. Os resultados desta chamada serão divulgados no dia 18 de dezembro pelo site do CISB: www.cisb.org.br. As propostas devem ser apresentadas em extensão PDF, não devem ultrapassar o limite de quatro páginas (excluindo a página de título e sumário).

Já na chamada para colaboração de longo prazo no setor aeronáutico, serão priorizadas as seguintes áreas: projeto e operação de aeronaves; desenvolvimento de produto, manufatura e materiais; sistemas de propulsão; controle automático e sistemas autônomos e software de segurança. Mais detalhes aqui. Os resultados desta chamada serão divulgados no dia 10 de dezembro também pelo site do CISB. Entre os requisitos principais para envio de propostas estão os seguintes: ao menos um dos parceiros deve ser uma indústria; ao menos um dos parceiros deve ser do Brasil, e outro da Suécia.             

CNPq, CISB e Saab - A terceira chamada é referente a 4ª Chamada de projetos CNPq-CISB-Saab 42/2014 no âmbito do programa Ciências sem Fronteiras do Governo Federal. Estão sendo oferecidas 15 bolsas de estudos, sendo dez para pós-doutorado e cinco para doutorado sanduíche em universidades na Suécia. Aberta de 8 de dezembro a 15 de maio de 2015, tem foco na área de Aeronáutica, com destaque para Materiais e Manufatura, Eletrônica, Tecnologia da Informação e Comunicação e Sistemas de Engenharia Mecânica.

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Saab busca pesquisadores visitantes compatíveis com áreas de P&D da empresa

Universidades suecas já receberam 26 pesquisadores no âmbito do Programa Ciência sem Fronteiras.

O 7º Encontro de Rede Saab Brasil para a Pesquisa e o Desenvolvimento reuniu pesquisadores, supervisores e interessados no programa brasileiro Ciência Sem Fronteiras, no último dia 11 de novembro, em São Paulo, no Blue Tree Premium Faria Lima Hotel. As reuniões têm o objetivo de promover a pesquisa e o desenvolvimento entre Suécia, Brasil e a Saab, conectando pessoas envolvidas com o programa de bolsas da Saab para conhecer e trocar ideias. Pela primeira vez, o encontro aconteceu no Brasil.

Desta vez, a reunião enfocou os três anos em que a bolsa da Saab foi atribuída aos pesquisadores brasileiros. Também se falou sobre o futuro e a quarta chamada, lançada este mês. A bolsa da Saab é parte do programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal brasileiro, que promove a mobilidade internacional dos estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores.

“Encontrar o pesquisador visitante certo é uma das metas da Saab. Temos áreas específicas de investigação e atuação da Saab; assim, encontrar uma correspondência com um requerente brasileiro é um desafio. Mas sabemos que, quando temos uma correspondência entre a área de pesquisa e o aspirante à bolsa, o resultado, depois que o pesquisador passa algum tempo na Suécia, frequentemente supera o planejado”, afirma Maria Tauberman, diretora do Programa Global de Inovação da Saab.

Ela diz que a Saab abre aproximadamente quinze bolsas de estudo por chamada, e até agora recebeu 26 pesquisadores brasileiros. “Depois de fazer essa seleção há três anos, ainda estamos tentando aperfeiçoar o processo. Pode-se pensar que uma vez que já fizemos isto três vezes, o processo já está perfeito, mas cada chamada é ligeiramente diferente da outra, e há novos candidatos para atrair”, diz Maria.

A diretora afirma que a Saab espera ter este ano, com a 4ª Chamada de Projetos lançada no último dia 17, mais candidatos do que na última chamada. “Mais pessoas ouviram falar da nossa companhia e isso gerou maior interesse pelas bolsas. Buscamos o pesquisador visitante com o background certo de conhecimento para concorrer às bolsas da Saab”, diz Maria. 

As áreas prioritárias para a pesquisa na Saab são Materiais e Produção Eletrônica, Tecnologia da Informação e Comunicação, Sistemas de Engenharia Mecânica e Energia & Meio ambiente.

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Encontro Anual do CISB teve dois workshops paralelos na região do ABC

Um sobre design e desenvolvimento de produtos para a inovação; outro sobre segurança cibernética. Ambos contaram com especialistas do Brasil e da Suécia.

O 4º Encontro Anual do CISB contou ainda com dois workshops paralelos que foram realizados na UFABC (campus Santo André), um sobre segurança cibernética e outro sobre design e desenvolvimento de produtos para a inovação. Na ocasião, especialistas do Brasil e da Suécia discutiram os principais desafios em pesquisa, desenvolvimento e inovação nessas áreas.

O workshop de Segurança Cibernética contou com a presença dos professores Sead Muftic, do  Royal Institute of Technology (KTH); Carlos Kamienski, da Universidade Federal do ABC; Rodrigo Filev Maia, da FEI, Magnus Svard da Clavister, da Suécia, além de Helder Gaudêncio, da LeverTech – especializada em segurança computacional e cloud computing.

“Os principais desafios e tendências identificados durante o evento estão relacionados à proteção contra hackers, softwares maliciosos e outros problemas; privacidade de cidadãos e usuários de redes de negócios; sistemas de pagamento anônimo – aqueles que não requerem identificação do usuário; e o uso confiável de Tecnologia da Informação para melhorar a vida das pessoas nas chamadas ‘cidades inteligentes”, relatou Sead Muftic.

Muftic afirma que há áreas promissoras para a cooperação e parceria entre Brasil e Suécia. “Na área de pesquisa e desenvolvimento, as oportunidades incluem educação avançada, em nível de PHD, para incorporação de sistemas de segurança na SAAB e na Embraer”, afirmou o pesquisador.

O professor Carlos Kamienski, por sua vez, ressaltou que a segurança em nuvem é um tema de vital importância. “O mercado de segurança computacional deverá ter crescimento acelerado nos próximos anos, com aumento do uso de soluções em nuvem e de transações eletrônicas”, afirmou. Um ponto que deverá suscitar cuidados e soluções tecnológicas, segundo ele, é a garantia de privacidade. “Isto é algo cada vez mais difícil, devido ao próprio comportamento das pessoas, principalmente nas redes sociais. Outro ponto importante é a garantia de anonimato, exigida por muitos usuários. Tudo isso irá demandar grandes esforços de pesquisa, desenvolvimento e inovação”, resume.

Segundo ele, o Brasil está bem colocado no quesito da pesquisa, mas precisa trabalhar mais intensamente o lado do desenvolvimento e da inovação. “Isso é necessário para diminuir a dependência tecnológica do exterior, inclusive por questões de segurança nacional”, acredita.

Design de produtos - Já o workshop de Design e Desenvolvimento de Produtos para a Inovação contou com três painéis e 12 palestrantes. O primeiro painel (Conectando pessoas em um mundo criativo e inclusivo) basicamente abordou o lado humano do desenvolvimento de produtos, da formação de talentos à humanização da tecnologia como partes essenciais da economia contemporânea. O segundo painel (Conectando disciplinas em um mundo de complexidade) ilustrou a necessidade da integração de complexos sistemas tecnológicos, que precisam ser modelados e projetados antes de serem postos em prática. E o terceiro (Conectando ideias para um mundo sustentável e incerto) trabalhou a questão de como lidar com recursos escassos.

“Uma discussão importante foi a limitação dos modelos educacionais tradicionais para cobrir mais do que partes do processo de design de produtos, produzindo especialistas, em vez de pessoas com uma capacidade de integração holística”, afirmou o professor Petter Krus, da Linköping University, um dos participantes do segundo painel.

Segundo ele, houve um consenso entre os especialistas de que, para formar profissionais aptos a produzir produtos inovadores, é necessária uma abordagem multidisciplinar. “Existem planos para introduzir novos programas, tanto na UFABC quanto na Linköping University, que combinam engenharia com gestão de inovação e design, e este workshop pode ser visto como uma iniciativa para promover uma colaboração maior nesta área”, adiantou Krus.

A professora Luciana Pereira, da UFABC, uma das organizadoras do workshop, acrescentou que um produto deve ser projetado tendo o usuário como elemento principal. “É necessário contar com recursos humanos criativos para a resolução de problemas  que estão no cerne da construção de um mundo mais sustentável e inclusivo”, resumiu.

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